Onde está um favorito, a zebra anda por perto. Fica na espreita. Basta um vacilo para o time grande quebrar a cara, a bola e a lógica. Basta a desatenção para sepultar opiniões de cronistas abalizados. Quem de sã consciência pensará, por exemplo, que o Ceará será eliminado pelo Uniclinic? Talvez apenas uns poucos mortais que adoram os resultados zebrados. Alguns mortais que cismam de contrariar a natureza das coisas. Alguém admite que o Fortaleza, mesmo com todos os tormentos, será eliminado pelo Tiradentes? Certamente, em virtude da derrota do Leão para o Tigre no recente encontro entre os dois, seja possível alguém entender que sim. Tudo bem. Mas não esqueçam que o Tiradentes passou 21 anos sem ganhar do Fortaleza, só quebrado o jejum no jogo passado.
Histórico
É difícil um dos grandes da capital ficar fora da decisão. Mas em 2016 o Ceará sobrou. Ficou em quinto no certame estadual. Isso serve para mostrar que nem sempre pesa o histórico do clube. A tradição tem forte significado, mas não é mais fator que garanta time grande nas decisões. Tomar por base só o histórico pode levar a erros de avaliação.
Conjeturas
As análises comparativas feitas na coluna de hoje tomaram por base a produção e o histórico dos clubes. Mas são apenas indicativos que apontam as melhores possibilidades desta ou daquela equipe. Isso é como pesquisa de opinião, ou seja, há que se estabelecer uma margem de erro para mais e para menos. Tudo é relativo.
Recordando
Década de 1950. Time do Calouros do Ar. Identifiquei poucos. Quem me ajuda a identificar todos. A partir da esquerda: o primeiro em pé é o saudoso Edilson Araújo, que foi campeão cearense profissional pelo Calouros em 1955. Na fila de agachados, a partir da esquerda, o primeiro é o volante Luciano que também brilhou no Ceará. O quinto é o goleiro Jairo. O uniforme do Calouros é semelhante ao do Fluminense/RJ.
Destaque
Quem ganhou espaços na mídia foi o atacante Gugu, do Maranguape. A insistência do técnico Reginaldo França fez Gugu retomar a atividade de jogador de futebol profissional que ele havia abandonado após complicada contusão. O retorno está sendo auspicioso, sendo Gugu um dos destaques do certame.
No topo
Também dividiram momentos de destaque, em épocas distintas, os atacantes Leilson Dantas, do Guarani de Juazeiro; Maxuell, do Ferroviário; e Edson Cariús, do Uniclinic. Esses mais pelo poder de finalização. Apesar de trabalharem em times com menor potencial, ganharam as primeiras posições na artilharia.
Arrancada
O técnico que a todos surpreendeu na fase classificatória foi o do Horizonte, Leandro Campos. Em seis jogos, ganhou cinco. Bateu inclusive no Fortaleza. Só perdeu para o Ceará e no Castelão. No Estádio Domingão está invicto. Fez do perdedor Horizonte um time vencedor. Vai no embalo enfrentar o Ferroviário, de quem venceu no jogo passado.
Coincidência. Nas quartas-de-final do Campeonato Cearense, a repetição de três confrontos acontecidos na nona rodada. O Ceará enfrenta o Uniclinic, o Horizonte enfrenta o Ferroviário e Guarani de Juazeiro enfrenta o Maranguape. Uma coisa é jogo de fase classificatória; outra, bem diferente, é série mata-mata. Teoricamente, haverá mais equilíbrio entre Guarani/J e Maranguape. O Horizonte está melhor que o Ferrão. O Ceará tem mais potencial que o Uniclinic.