Tom Barros: Zebra também tem limites

O Ceará, no embalo, com a corda toda. Líder do Campeonato Cearense na atual fase. Líder geral da Copa do Nordeste. E vê crescer a produção do time que chamam de "reserva", "B", "misto" ou "alternativo". Seja como for, êxito apurado. Entra diante do Uniclinic com uma vantagem tão grande que nem a zebra tem coragem de desafiar. Desta vez assumo: a zebra fica quietinha, respeitando a lógica. A zebra também tem seus limites. Já a margem do Fortaleza contra a zebra é menor. Pelos apertos que passou diante do Floresta no segundo tempo do jogo de ida, Fortaleza resolveu cercar-se de toda cautela contra a zebra neste jogo de volta. O placar de 3 x 1 deu uma aliviada para o Leão, mas não a tranquilidade absoluta.

Garganta de aço

Mais uma golada do Ceará. Meteu seis no Uniclinic. Meteu seis no Salgueiro. Doze gols. Narrador esportivo sofre. Não há garganta que aguente senão a garganta tipo a do narrador Gomes Farias, que quanto mais velha, mais aguda, mais metálica, mais forte, mais bonita.

Análise

Dim, do Floresta, tem um canhão nos pés. Mas só funcionou uma vez, ou seja, no golaço que fez no Ceará. Não sei a razão por que não arrisca mais. /// Com Wallace e Paulo Vyctor o Floresta se mostra mais lúcido e objetivo. Com eles o time vai melhor. /// Esperar só pelos gols de Edson Cariús é acomodação indevida.

Força tricolor

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Bruno Melo, Tinga, Diego Jussani e Leonan. Dos quatro, três apoiam muito bem pelos lados. Jussani é zagueiro eficiente, de pegada firme, mas leal. São armas do Fortaleza para alcançar mais uma final de Campeonato Cearense. Como pode perder até por um gol de diferença, cabe-lhe saber administrar a vantagem já conseguida.

Filosofia

Quando as coisas estão dando certo num time que vai bem, entendo que o técnico não deve mudar a formação da equipe, a não ser por motivo de suspensão ou contusão. Mas há técnicos, como Rogério Ceni, que gostam de fazer mais experiências com alterações sistemáticas. Cada um responde por seus atos.

Ponto ideal

Respeito muito a filosofia dos técnicos que trabalham assim como Ceni. Buscam sempre o melhor. Querem, com as mudanças, encontrar o ponto ideal, o equilíbrio entre os compartimentos. Mas há um preço. Se os resultados positivos acontecem, ótimo. Se não acontecem, cabe ao técnico conviver com as críticas.

Recordando

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Notável volante Luciano Frota, com a faixa de campeão cearenses pelo América em 1966. Luciano também foi vice-campeão da Taça Brasil de 1968 pelo Fortaleza e campeão cearense de 1969 também pelo Fortaleza. Luciano Frota é médico. Foi ídolo no futsal, campeão sul-americano pelo Brasil.

Esdrúxulo. Desde 1958 torço pelo Vasco da Gama. Uma torcida simples, sem paixão. Agora o vejo na decisão do Campeonato Carioca cujo regulamento é uma piada. Vão para final os dois times que não ganharam nenhum turno. Coisa esdrúxula. Se fosse no Campeonato Cearense, Deus meu, certamente os "sábios" das bandas de lá não perderiam a chance de dizer que era coisa de nordestino. Quando o certame carioca era coisa séria, para a final iam o Campeão da Taça Guanabara e o Campeão da Taça Rio...