A vitória do Fortaleza sobre o Tiradentes levou o Leão à semifinal e programou a volta de um dos mais tradicionais clássicos do nosso futebol: Fortaleza x Ferroviário. Ontem, na decisão da vaga, o Fortaleza experimentou dificuldades, a ponto de Marcelo Boeck, o goleiro, ser o nome do jogo. O Tiradentes foi bravo na resistência, máxime no primeiro tempo. Na fase final, Itaitinga teve tudo para abrir o placar, após grave falha de Heitor. Como quem não faz leva, Lúcio Flávio marcou 1 a 0. Abriu porteira. Aí Zé Carlos fez 2 a 0. Aí Zé Carlos fez 3 a 0. Aí o Fortaleza soube gradualmente se impor. O Tiradentes, que em alguns momentos esteve melhor que o tricolor, foi cedendo pelo cansaço, quedando pelo desespero, caindo pelo desânimo. O Fortaleza, mesmo com senões, soube ganhar.
Superação
Ferroviário semifinalista. Superou muitos problemas no início da temporada, quando até ameaçado de não participar do campeonato esteve. Oscilou. Mudou de treinador. Teve dificuldade diante do Horizonte. Nos dois jogos apagou no segundo tempo, mas segurou os empates. Nos pênaltis foi superior. Ganhou a vaga.
Despedida
O trabalho de Leandro Campos no Horizonte merecia melhor sorte. Bela campanha. Entretanto, na decisão com o Ferroviário, dominou o segundo tempo dos dois jogos. Ontem desperdiçou quatro chances de ouro. Mandou bola na trave. Fez tudo. Mas faltou o gol da vitória. Nos pênaltis, seus batedores estiveram abaixo do esperado.
Recordando
1970. Ainda existia o Torneio Início, competição que reunia todos os clubes, em jogos de meia hora. Se empate, decisão nos pênaltis. Antes havia o desfile de todos os times participantes. Na foto o desfile do Ceará Sporting Club. Na fila da frente, a partir da esquerda, atacante Zezinho Fumaça, goleiro Hélio Show e o meia Didi. Soube que Hélio mora em Natal, Zezinho mora no Rio e Didi mora em Fortaleza. (Álbum de Elcias Ferreira).
Goleadas
Ceará e Guarani de Juazeiro do Norte, adversários nas semifinais, cumpriram jogadas semelhantes na eliminação dos concorrentes, ou seja, aplicaram significativas goleadas. O Guarani fez 5 a 1 no Maranguape. O Ceará fez 4 a 1 no Uniclinic. Pelo visto prenúncio de muitos gols na duas ou três partidas que farão a seguir.
Avaliação
A força do Guarani está no conjunto. A força do Ceará está no elenco. O Guarani está bem definido. O Ceará vai alcançando melhor definição. Aliás, é uma erro avaliar o Ceará só pela goleada sobre o Uniclinic. É que o time do Vanor vem de uma sequência interminável de vexames, quer na Copa do Nordeste, quer no certame local.
O maior
Gildo, o maior ídolo do Ceará, marcou 259 gols com a camisa alvinegra. Depois Mitotonio, 151; Sérgio Alves, 141; Pipiu, 120; Antonino, 110; agora Magno Alves, 100 gols. Portanto, Magno ainda terá a oportunidade de superar alguns artilheiros alvinegros que estão à sua frente. Superar Gildo será muito difícil. Pesquisa feita por Eugênio Fonseca.
Pense num saco. Melhor de três partidas, como agora na fase semifinal, pode se transformar num enchimento de saco. Mas tudo dependerá da qualidade dos jogos. Se forem duas partidas de alto nível técnico, a terceira certamente alcançará interesse maior. Se forem, porém, dois jogos insossos, o terceiro causará antecipados enjoos, já pelas mesmas caras, os mesmos torcedores, os mesmos times, a mesma ladainha, o mesmo mote. Quiseram assim, que assim seja. Amém.