Tom Barros: Tropeços em casa

O Juventude, adversário do Fortaleza no mata-mata, teve muitos insucessos em casa, no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Portanto, não é imbatível em seus domínios. Confira: empatou (0 x 0) com o Botafogo/SP. Empatou (1 x 1) com o Boa Esporte. Perdeu para a Portuguesa (1 x 2) e perdeu (0 x 2) para o Guarani de Campinas. Todos pela Série C. Já na Copa do Brasil perdeu (0 x 1) para o São Paulo. Além desses tropeços em casa, o Juventude sofreu uma goleada em Minas Gerais: perdeu por 3 a 0 para o Tombense, time da cidade de Tombos. Conclusão: o Juventude é um time para ser respeitado, não para assustar ou criar medos. É de uma escola de futebol pesado, combativo, mas que tem também suas vulnerabilidades. Caberá ao Fortaleza explorar bem essa parte. 

Modelo

Para o primeiro jogo em Caxias do Sul, o Fortaleza preferencialmente deveria adotar o modelo fechado, com saídas rápidas ao ataque. Foi assim que se deu muito bem no mata-mata diante do Flamengo, eliminando-o da Copa do Brasil. Assim, com prudência, será possível avaliar o potencial do adversário.

Diferença

Analisando o que fez o Juventude na derrota para o São Paulo, dá para se ter uma ideia razoável da força do time gaúcho, embora ali o Juventude estivesse administrando uma vantagem, pois ganhara por 2 a 1 no Morumbi. Outra coisa bem diferente será o Juventude ter fazer o resultado para obter vantagem no jogo de volta.

Mais pressão

Os resultados da rodada do fim de semana na Série B, que não foram nada favoráveis ao Ceará, levam o Vozão ao limite: a partir de agora, se quiser ainda sonhar com o G-4, terá de ganhar. Nesse caso, empate e derrota passaram a ter profunda semelhança nas consequências: ambos sepultarão de vez os objetivos de Série A 2017. 

Viagem de volta

Bill não pode mais errar tantas finalizações como errou no jogo passado. Diego Felipe precisa ser mais incisivo quando apoiar. Felipe Menezes, que atuou muito bem no jogo passado, pode assumir de vez a função de ditar o ritmo mais adequado ao jogo, dependendo das circunstâncias. Wescley tem mais futebol a oferecer. 

Passe e rapidez

Everton voltou a jogar bem. Agora me parece ter mesmo retomado o melhor de sua produção. No jogo com o Internacional/RS, Copa do Brasil, voltou a mostrar qualidades que o diferenciam: passes precisos nas saídas em velocidade ao ataque e dribles curtos. Pode caprichar mais nas conclusões. De sua atuação muito dependerá o Fortaleza em Caxias do Sul. 

Observações. Quando um time inicia uma viagem de volta, fica difícil brecar a sua descida. As barreiras visíveis e invisíveis aumentam. As visíveis são os adversários que começam a subir. Esses ganham confiança e avançam. Os invisíveis são psicológicos. A cada tropeço acentuam-se os dramas internos. A autoestima desaba. A autoconfiança desaparece. Só há um remédio para situações assim: vitórias. Exatamente o remédio que o Ceará precisa tomar. Se errarem na dose, só Deus sabe o poderá acontecer.