Tom Barros: toque sutil cearense

Everton, do Grêmio. Ele tem apenas 22 anos. De Maracanaú, onde nasceu, para a glória gremista. Da passagem pelo Fortaleza, ele levou a gratidão e mil lembranças. Fez a base no Leão do Pici. O seu gol, anteontem, diante do Estudiantes teve o toque sutil dos grandes artistas da bola. Um pouco de Messi, um pouco de Zico, um pouco de Clodoaldo, que era useiro e vezeiro em fazer gols assim. O próprio Rogério Ceni deve lembrar bem de um que aqui tomou. Everton só agora, depois da Copa, foi chamado para a Seleção Brasileira. Sim, mas ele vinha dando show bem antes da Copa. Se estivesse no Shakhtar Donetsk teria sido chamado. Mas estava no Brasil. Se já estivesse jogando em times da Europa, teria ido à Copa da Rússia. Não foi.

Desilusão

É doloroso ver o Ceará caminhando, lenta e gradualmente, para a Série B 2019. A cada jogo, a visível redução de suas possibilidades. Só mesmo os homens e mulheres de muita fé ainda acreditam numa reação. Há, sim, aqueles que só deixam de acreditar quando matematicamente a situação não tem mais jeito.

Difícil

O último gol marcado por um atacante do Ceará foi no dia 5 de agosto na vitória sobre o Paraná, 1 a 0, gol de Juninho Quixadá. Depois 0 x 0 com o Curitiba no PV. No empate com o Vasco (1 x 1), o gol foi do zagueiro Thiago Alves. Depois, as derrotas para o São Paulo (1 x 0) e para o Bahia (0 x 2). Assim não dá. O ataque zerou.

Recordando

Fortaleza 5 x 1 Bahia. Dia 23 de agosto de 2008. Assim se passaram dez anos... A partir da esquerda: Eusébio e Adailton comemoram um dos três gols que Adailton marcou. Adailton estava numa noite de grande inspiração. Eusébio e Paulo Isidoro marcaram os outros dois gols do Leão. Jogo válido pela Série B do Brasileirão 2008.

Pela ordem

O Ceará agora terá pelo caminho Flamengo, Corinthians, América-MG, Vitória e Grêmio. Em três dos cinco jogos, teoricamente se tem como certas derrotas para Flamengo, Corinthians e Grêmio. Ainda bem no futebol existem as zebras. Vez por outra elas aparecem para contrariar a natureza das coisas. Ainda bem...

Serenidade

No Pici, a paz celestial de quem colhe os frutos do planejamento correto. O Fortaleza confirma o perfil de um time que tem força mental diante das adversidades. Assim as viradas espetaculares. Estas não vêm por acaso. A imperturbável serenidade vem da confiança que o grupo tem no seu potencial.

Momento ideal

Ederson é o nome natural para ser utilizado por Rogério Ceni neste momento em que Marcinho padece as consequências de uma contusão. Ederson e Gustavo, a meu juízo, podem dar certo jogando juntos, mas só a prática silenciará ou não os teóricos que afirmam o contrário. Polêmica assim só se desfez em campo.

Encaixe. Quando as coisas começam a dar certo, até a rotatividade em virtude de contusões e cartões acontece sem transtornos. Vira algo tão natural que às vezes nem se percebe alguma queda de produção com as alterações feitas. No caso do Fortaleza, demorou um pouco apenas a retomada quando o Leão perdeu Edinho, Osvaldo e Gustavo (contundido). Ali o time oscilou um pouco. Já agora, com a contusão de Bonilha, Jean Patrick. Se Marcinho fora, Ederson no ponto. Se Tinga, Pablo.