Tom Barros: Terra do tapetão

É difícil haver algum Estado brasileiro com maior índice de querelas na justiça desportiva e justiça comum que o Estado do Ceará. Aqui, na nossa terrinha queimada pela falta de chuvas, ainda hoje há disputa de título estadual em processo interminável, que se arrasta pelos tribunais há uma década ou mais. É coisa para torrar a paciência de gerações. E há jovens torcedores que nem sabem que processo assim existe. Certamente alguns protagonistas até já morreram. Outros estão de cabelos brancos. Outros mais com Alzheimer. Entretanto, nas prateleiras das secretarias de varas e tribunais repousam páginas e páginas de papel à espera de uma destinação, pois até agora inúteis, bolorentos, servem apenas para ocupação de espaço. É o mundo dos tapetões.

Encalhado

Como se não bastasse a confusão da Série B cearense 2016 (Série WO) que começou, mas não terminou, já se projeta para 2017 disputa fora das quatro linhas, agora pela Série A. Taí o Guarany/S que brigará na justiça pela vaga que ficou com o Ferrão. E assim encalhado está o nosso futebol que há lustros não sai da C nem da B nacionais.

Previdência

Um futebol que se engasga com papeis não é profissional. Time que se dá a respeito mantém em dia todas as certidões negativas. E apresenta antecipadamente a documentação necessária. Não se preocupa com termos e prazos porque jamais os esgota, tal a previdência com que se organiza. Pena que nem todos são assim.

Belo cenário

Amanhã, a partir de 10 hora da manhã, a enseada do Mucuripe será cenário de mais uma prova do Circuito Cearense de Jangadas, a Regata Dragão do Mar. A jangada Gabi é favorita por ser a mais vitoriosa desde que houve a retomada desse tipo de competição em 2009. Outras jangadas com boas possibilidades de vitória são a TT, Terra da Luz, Nossa Senhora dos Navegantes e Shalon. Transmissão ao vivo pela TV Diário.

Desafio

Magno Alves é um desses jogadores que desafiam o tempo. Com 40 anos de idade, mantém o corpo de jovem de 25 anos. Saudável todo porque se cuida. Daí a razão por que se mantém entre os melhores na sua função, ou seja, assinalar gols e dar assistência aos companheiros. E observem que não é centroavante, mas atacante vindo de trás.

Outro exemplo

Zé Roberto, agora mesmo campeão brasileiro 2016 pelo Palmeiras, está com 42 anos de idade. E foi um dos principais responsáveis pela vitoriosa campanha que levou o Verdão paulista ao título da Série A 2016, após 21 anos de jejum. São veteranos de luxo porque privilegiados por uma bênção dada por Deus: a extraordinária saúde.

Recordando

Franzé Morais foi um dos mais queridos presidentes da história do Ceará. Carismático, soube cativar a imensa torcida alvinegra por ele batizada de "Meu Baú". Não sei quantos títulos ganhou pelo alvinegro, mas sei que foram muitos. Franzé foi várias vezes eleito parlamentar. Faz muito tempo não vejo esse meu velho amigo. (Colaboração de Elcias Ferreira).

Longevidade. Quem também desafiou o tempo foi o atacante Romário, hoje senador da República. O Baixinho, com 39 anos de idade, foi artilheiro da Série A nacional. Feito difícil de ser superado. Mais incrível foi o inglês Stanley Matthews, o Mago do Drible. Até 50 anos de idade atuou como jogador profissional. Só cinquentão aposentou-se. Em 1981, com 66 anos de idade, em Grangemouth, participou de um jogo beneficente. Stanley Matthews morrei no ano 2000 aos 85 anos de idade.

Acompanhe os comentários em http://bit.ly/tombarros-tvdn