Esperei um jogo difícil em Sobral. Não foi. O Fortaleza ficou à vontade no Junco e poderia ter construido no primeiro tempo significativa vantagem no placar, tal a facilidade com que chegava à área do Bugre. Felipe, Jean Mota, Pio, Dudu Cearense e Everton tomaram conta do jogo. O defeito tricolor foi errar muito nas conclusões. O gol de Everton (1 a 0) foi pouco para um primeiro tempo em que o Leão desfilou. Na fase final o técnico Júnior Cearense fez entrar Jean que acendeu o Bugre. Tininho apareceu e o Guarany deu sinais de reação. Mas o segundo gol do Fortaleza (Anselmo, de pênalti) foi ducha de água fria nas pretensões sobralenses. Nem quando o Fortaleza ficou com um jogador a menos, o Bugre revelou condições de reverter a situação.
Ausência
A meia-cancha do Guarany ficou devendo. Tininho e Alan não jogaram o que sabem. A improvisação de Jhony no setor não correspondeu. Só quando Jean entrou o Bugre esboçou reação. A concentração de jogadas em Jonas facilitou a marcação ante um Guarany previsível. A ausência de Patuta foi muito sentida.
Solidariedade
Vários jogadores do Fortaleza, nas entrevistas após a partida, fizeram menção ao nome de Flávio Araújo. E agradeceram ao técnico que saiu. Isso prova o quanto Flávio cultivou o respeito e a amizade entre seus comandados. O homem saiu com aproveitamento de 69%. Agora é esperar para ver como fica com Marquinhos Santos.
Pêsames. Morreu Rogério Vieira, integrante de uma família muito ligada ao futebol. Ele irmão de Robério Vieira (Gata Mansa) e de Renan Vieira, presidente do tetra do Fortaleza. Rogério foi vítima de ataque cardíaco fulminante. Ele era pai de Roger Gouveia que até 2015 foi preparador físico do Fortaleza. Convivi com o Rogério pois formos concunhados, ele casado com a Mana (Lucineide) e eu casado com a Neide. Rogério transmitia sempre contagiante alegria. Fica a saudade. Pêsames à família.
Valorização
No lugar de dar destaque ao tropeço do Ceará, mais justo é reconhecer o mérito do time do Maranguape, que com elenco modesto vai encarando sem assombros as chamadas equipes grandes da capital. Foi assim diante do Fortaleza, mesmo tendo tomado a virada (3 x 2); foi assim diante do Ceará (1 x 1). E ainda pode aprontar muito mais. Fica o alerta.
Simplicidade
Sabedor das limitações de seu grupo, o técnico do Maranguape, Reginaldo França, adota modelo inteligente: fechado, mas com saídas rápidas em contra-ataques armados ora por Ronaldinho, ora por Gaúcho, aproveitando a velocidade de Nilsinho e Niel. Tudo muito simples e certamente por isso mesmo fácil de ser executado.
A defesa
Ricardo Berna foi demais. O chute de Jean desviou num zagueiro do Fortaleza e mudou a trajetória, pegando Ricardo Berna no contrapé. Mas Berna, revelando reflexo imediato, conseguiu num salto felino alcançar a bola que foi no outro canto. Um lance de rara beleza, do tipo que deve ser guardado em um DVD para ser visto e revisto por filhos e netos. Parabéns, Berna.
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