Tom Barros: Sufoco e sofrimento

O Ceará mais uma vez não conseguiu vencer. E teve de lutar muito para evitar nova derrota, o que só conseguiu nos minutos finais. O América aproveitou os desacertos de uma defesa alvinegra vacilante, desatenta. Abriu vantagem de 2 a 0, gols de Giovani. Bola cruzada na defesa do Ceará virava pânico alvinegro. Ainda bem Elton, que perdera dois gols, conseguiu reduzir na terceira chance (2 x 1). Na fase final, Ceará em cima. O América aceitou. Vozão fez entrar Eder Luís. E, quando já no desespero, colocou Arthur e Juninho Piauiense. Só desatou o nó na marcação de um pênalti polêmico que o canhão de Pio transformou no gol de empate. Que sufoco! Que sofrimento!

Polêmicas

No gol de Elton, do Ceará, subjetiva a interpretação se Wescley, que não tocou na bola, influenciou na decisão do lance. O auxiliar entendeu que não. Já no pênalti sobre Arthur, de um ângulo a impressão de que foi seguro pela camisa. De outro ângulo, a dúvida sobre se a ação do zagueiro daria para derrubá-lo.

Observações

Bola cruzada na área do Ceará tem sido problema sério. // Elton fez um gol, mas perdeu duas chances incríveis. // Mais tempo para analisar Eder Luís e Juninho Piauiense. // Pio foi o melhor: dois canhões, que João Ricardo pegou, e seu o salvador gol de pênalti. // O goleiro Everson também operou dois milagres.

Recordando

Pelé

25.08 1958. Pelé, já campeão do mundo, mas ainda com 17 anos, olha a placa em homenagem ao título conquistado na Suécia. Quando saiu a convocação para a Seleção Brasileira que disputaria a Copa da Suécia, o nome Pelé chamou a atenção. É que ele tinha apenas 17 anos de idade. Jamais um outro atleta tão jovem tinha sido convocado.

Na medida

Agora que os ungidos por Tite estão aí, resta encarar a realidade. Uma coisa é fase eliminatória de Copa do Mundo, outra, bem diferente, é a Copa em si. A primeira é tiro longo, dura três anos; a segunda é tiro curto, dura um mês. A avaliação terá de ser feita na medida. A margem de erro na Copa é muito reduzida.

Confiança

A bela campanha nas eliminatória fez o Brasil retomar a respeitabilidade perdida com o fracasso de 2014. Qualquer seleção meia tigela estava encarando o Brasil como se a Amarelinha fosse uma qualquer. Os próprios atletas brasileiros tinham perdido a confiança. Agora a Canarinho voltou a estar entre os favoritos.

Desafio final

Tite

A partir de agora o clima de Copa do Mundo virá com intensidade. O técnico Tite escolheu os que, na sua avaliação, estão mais preparados para o desafio. De certo modo, foi coerente com o que já vinha ponto em prática nas observações e convocações anteriores. É normal divergência sobre alguns nomes.

Esperança. A grande expectativa é saber se a Seleção Brasileira, sob o comando de Tite, apagará a desastrosa participação na Copa passada em que esteve sob o comando de Luís Felipe Scolari. Missão: transformar o fracasso de 2014 numa apoteótica conquista dentro de Moscou. Terá de mesclar a arte com a força física, o talento com a velocidade. Só assim devolverá ao time Canarinho a aura dos belos tempos em que seu futebol era diferenciado, superior pela criatividade, melhor pela improvisação.