Impressiona sobremaneira a revolta exteriorizada pelos torcedores do Ceará, Fortaleza e Ferroviário, quando insatisfeitos com os resultados. São manifestações que ultrapassam os limites da tolerância e do respeito. Lembro quando o ex-técnico do Ceará, Gilmar Dal Pozzo, foi coagido em pleno Aeroporto Pinto Martins. Lembro como a torcida do Fortaleza, então furiosa, protestou contra Hemerson Maria no Castelão. Já agora a torcida coral, após o empate com o Horizonte, gerou insustentável relação com alguns jogadores, criando mal-estar. Os times não estão com a melhor produção. Sim, disso todos sabem. Mas não encontro motivos para tanto desespero. O destempero só faz atrapalhar.
Incoerência
Os que esbravejam, protestam e ameaçam agredir os atletas admitiriam sofrer o mesmo nos seus locais de trabalho? Suportariam nos seus locais de trabalho agressões semelhantes às que praticam nos estádios. Creio que logo denunciariam assédio moral. Mas, para agredir atletas, seja onde for, não acham nada demais.
Limites
Está passando a hora de se estabelecer limites. Uma coisa é o direito de protestar. Outra, bem diferente, é transformar o protesto legítimo em agressão, ameaça, intimidação. Está prosperando no país a ideia de que o torcedor tudo pode. Ele, quando em bloco, acha-se acima do bem e do mal. Julga-se superior às leis. Não é por aí.
Recordando
José Maria Rodrigues, o querido Mudinho do Ferroviário, morreu há alguns dias. Na foto, a partir da esquerda, em pé, o ex-jogador Petróleo, o Mudinho e o dirigente coral, Valmir Araújo. O Mudo era simpático. Antes dos jogos do Ferrão, ele ficava na porta dos estádios. Dependendo da situação do Ferroviário, fazia sinais com o dedo polegar. Fica o registro de nossa saudade. (Colaboração de Elcias Ferreira).
Contratações
Tenho mantido certa reserva quando o assunto é contratação. Vejo o currículo do atleta só para alguma referência. Prefiro esperar a atuação do contratado. Pelo desempenho dele é que farei as observações. Não adianta saber o que ele foi há pouco tempo. Para o analista só interessa saber o estado atual do jogador. Daí é que vem a cobrança.
Retorno
Sobre contratação, aguardo com interesse o retorno de Ricardinho às atividade no time principal do Ceará. Sou admirador do futebol dele e também de sua postura ética. É muito sensato em tudo. Queira Deus Ricardinho retome rapidamente a sua melhor maneira de jogar. Será fundamental nos futuros desafios do Vozão.
Como numa prece
A posição de Gilvanildo dá a impressão de que está orando. E vale a pena orar, máxime no atual momento por que passa o futebol cearense. Pouco a pouco, Givanildo vai cuidado de dar ao alvinegro o perfil que ele quer. Mas ainda depende de alguns valores que serão contratados. Enquanto isso, terá de buscar eficiência com o grupo mesmo que aí está. Ainda que com muita reza.
Provocações. Os procuradores de atletas deveriam orientá-los no sentido de não entrarem no clima de provocações contra qualquer clube. Isso porque no campo profissional a vida dá muitas voltas. Às vezes o atleta fica numa situação desconfortável, quando surge a possibilidade de um contrato com o clube que foi alvo da sua provocação. Sábio é o jogador que mantém abertas as portas de todos os clubes. O amanhã é incerto. E o mercado se estreita na medida em que a idade do atleta avança.