Os arranjos e desarranjos do futebol não raro desmancham previsões até dos mais experientes comentaristas. Agora mesmo Ceará e Náutico surpreendem pelos caminhos traçados no turno e returno. Na "virada da montanha" havia a convicção de que o Ceará subiria para a Série A e predominava também a convicção de que o Náutico não subiria. Mas agora, na reta final da disputa, inverteram-se as opiniões: o Náutico, pela reação, dá sinais de que tem forças para subir; o Ceará, pela implosão, parece só ter forças para ficar. O Náutico, nos últimos sete jogos, ganhou 17 pontos (cinco vitórias e dois empates). O Ceará, nas sete últimas partidas, faturou apenas seis pontos (uma vitória e três empates). Por aí já se vê o sentido contrário que essas duas equipes tomaram.
Ofensivo
Sérgio Soares sempre foi adepto de um futebol extremamente ofensivo. Por isso mesmo, há algum tempo, foi muito criticado. Sérgio corrigiu os excessos. Hoje segue adepto do futebol para frente, mas se tornou mais cauteloso. Hoje, porém, em Recife, terá de voltar aos velhos tempos: para frente, ofensivo todo, assumindo todos os riscos.
Semelhança
Hoje em Recife o futebol ofensivo de Sérgio Soares passou a ser uma necessidade. Nas atuais circunstâncias, empate não mais levará o Ceará ao G-4. Observem que empate e derrota passaram a ser basicamente semelhantes quanto às consequências: ambos travarão os objetivos do clube, ou seja, a subida para a Série A
Recordando
08 de outubro de 2006. Assim se passaram dez anos... No PV o técnico do Ferroviário, Arnaldo Lira, foi expulso no jogo diante do Barueri pela Série C do Campeonato Brasileiro. O árbitro expulsou Lira. Meu amigo Lira, inteligente como é, enganou o árbitro. Lira foi para as grandes de um portão que fica próximo à beira do campo e de lá comandou o Ferrão. Na época no PV Lira ganhou também do Vitória/BA e do Bahia que estavam na Série C.
Nuvens
Temo pelo Campeonato Cearense 2017. Além dos imbróglios da segundona cearense, cujos resultados estão sub-judice, há também o esvaziamento com a ausência de forças imprescindíveis ao fortalecimento das disputas. Com Icasa e Ferroviário fora da elite, o certame perde em atração e prestígio. Nuvens carregadas no horizonte.
A venda
Futebol é negócio. Se o produto é bom, a publicidade vem automaticamente ao encontro. Mas se é de segunda ou de terceira, há um sofrimento na caça a patrocinadores. A desorganização também esvazia. Como, então, vender bem um certame complicado. Patrocinadores fogem disso.
Reflexão
Até hoje estou a pensar. O Fortaleza desde 2015 tinha à disposição o jogador dono do chute mais potente do país: Pio. Atleta que cresce nas decisões. Demonstrou isso diante do Flamengo aqui e no Rio. Chute que os goleiros temem. E largam a bola. Pois nos matas-matas da "C" Pio sempre ficou no banco. E só entrou quando o Leão já em desvantagem. Dá para entender?
Retrospecto. O Brasil, sob o comando de Tite, obteve quatro vitórias: 3 x 0 Equador, 2 x 1 Colômbia, 5 x 0 Bolívia e 2 x 0 Venezuela. Saiu do 6º lugar para a liderança. Utilizou 18 atletas: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda, Renato Augusto, Philippe Coutinho, Willian, Gabriel Jesus (4 jogos), Paulinho, Neymar, Giuliano (3 Jogos), Marcelo, Filipe Luís, Casemiro, Fernandinho, Taison (2 jogos), Roberto Firmino e Lucas Lima (1 jogo). Gabriel Jesus é o artilheiro do período Tite, 4 gols. Dados: Airton Fontenele.
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