O Fortaleza, em razão das circunstâncias geradas pela segunda derrota consecutiva, não pode entregar-se de corpo e alma ao desespero. Quem assim procede antecipa procelas. E passa a navegar num interminável mar de angústia até o definitivo desfecho. Há ainda a favor do Fortaleza a condição de não depender de ninguém para alcançar seu desiderato. E mais: da mesma forma como de repente deixou de jogar bem, pode com semelhante rapidez retomar as belas apresentações. Os atores são os mesmos. Não há como se admitir que, de uma hora para a outra ou da noite para o dia, todos tenham esquecido os bons valores como se o time tivesse sendo vítima de uma amnésia coletiva. Não se deixem levar pelo desespero. Esse é o primeiro passo.
Segundo passo
Ao técnico Marquinhos Santos um novo desafio. É o segundo passo. O primeiro ele venceu logo que aqui chegou. Teve de encarar Sport/PE, Flamengo/RJ e Ceará. E com muita competência a todos superou. Mas agora o desafio é maior porque envolve um complexo que já incomoda o Fortaleza há sete anos.
Presidente
Alô, Jorge Mota! Está na hora de uma forte tomada de posição. Em momentos de incerteza assim, a postura do presidente pode reverter o quadro. E nessa hora que o presidente faz a diferença. Não pelo grito, mas pelas atitudes; não pelo cargo, mas atos dele decorrentes. O olhar contemplativo é inútil. O dedo na ferida é que resolve. Agir, pois.
Recordando
1974. Campo onde hoje está o Estádio Alcides Santos. Quatro jogadores que brilharam no Fortaleza. A partir da esquerda: Beijoca, Amilton Melo, Geraldino Saravá e Piçarra. Detalhes: Beijoca mora na Bahia. Ele, recentemente, visitou o Fortaleza. Amilton Melo, um craque, morreu moço demais. Geraldino, o maior artilheiro do Castelão, mora em Juazeiro do Norte. Faz anos não tenho notícias de Piçarra. (Álbum de Elcias Fereira).
Returno
Apesar do início com derrota, Ceará tem boa possibilidade de reassumir a vice-liderança isolada do competição. Basta, amanhã, ganhar do CRB. Se produzir bem, poderá de uma só vez apagar a péssima impressão deixada na derrota em Belém e retomar a autoconfiança e a autoestima pelo status que o posto oferece. Taí a chance.
Resposta
Na derrota para o Paysandu, a meia-cancha do Ceará foi engolida. Baraka, Diego Felipe, Felipe e Wescley estiveram numa noite muito infeliz. Procede o argumento de que os atacantes nada fizeram porque a bola não chegava na frente. É verdade. Contra o CRB, amanhã, inadmissível a repetição de desempenho tão pífio.
Ritmo
Diego Felipe ganhou as graças da torcida logo que começou a jogar as primeiras partidas pelo Ceará. Gosto de sua forma de trabalhar, principalmente quando sobe no apoio ao ataque. Síntese: faz parte do combate na faixa intermediária, mas com a bola gera situações ofensivas bem interessantes e produtivas. Não pode, porém, deixar cair o ritmo. Em Belém, deixou.
"Vão ter que me engolir". Muita gente considerou arrogante e inoportuna essa colocação de Neymar após o Brasil ganhar o ouro olímpico. Procurei saber a quem o atleta dirigira suas palavras. A rigor, a alguns cronistas esportivos que exageram na crítica e no despeito ao atleta. Extrapolaram nas acusações contra o jogador. Há cronistas nas redes de TV que se sentem acima do bem e do mal. Adoram criticar, mas não querem ouvir. Vejam na Internet. Vocês vão concluir que Neymar tem suas razões.