Tom Barros: Risco dos grandes eventos

Quando o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa Fifa 2014, houve uma euforia da parte dos que defendiam a sua realização aqui. Lembro do vídeo da época em Zurique, quando do anúncio feito por Joseph Blatter, presidente da Fifa. Ao lado dele estavam o escritor Paulo Coelho, o ex-presidente do Brasil, Lula (com a taça Fifa), Ricardo Teixeira, então presidente da CBF; Jerome Valcke, secretário geral da Fifa, Dunga e Romário, que no ato também seguraram a taça. Foi uma festa. Hoje, Blatter e Valcke estão afastados da Fifa, sob suspeita de crimes financeiros. Ricardo Teixeira, acusado de corrupção, foi afastado da CBF. Lula, até agora não alcançado pela Lava-Jato, vê seu partido atolado no mar de corrupção. Às vezes, por trás dos grandes eventos, há interesses podres e grandes riscos.

Crise

A Copa 2014 que seria festa para o Brasil, só trouxe complicações nos campos esportivo e político. Se Lula imaginou trazer "circo" para o povo e disso tirar proveito eleitoral, não alcançou os dividendos esperados. A Copa da Confederações transformou-se num mar de protestos e a Copa do Mundo, uma vergonha em campo e crise financeira.

Consequência

Os milhões gastos com estádios e superfaturamento das obras geraram revolta no povo que via o sucateamento da saúde, segurança e educação. Os valores gastos pelo governo contribuíram para desequilibrar as contas públicas, levando a presidente Dilma às pedaladas que agora deram motivo ao pedido de impeachment.

Recordando

Hoje, no Debate Bola (19hs, TV Diário), homenagem ao saudoso coordenador do Memofut, Cristiano Santos, que morreu em junho deste ano. Na foto ele está com camisa alvinegra, no dia em que homenageou um de seus ídolos, Alexandre Nepomuceno, famoso zagueiro do Ceará nas décadas de 1950 e 1960. Cristiano deixou uma lacuna no campo das pesquisas do futebol. Justa homenagem lhe será prestada.

Pedaladas

Claro que não foram apenas o milhões gastos com as obras da Copa que levaram a presidente Dilma a adotar as chamadas pedaladas fiscais. Mas tais despesas ajudaram a arruinar o controle sobre os gastos, trazendo daí as graves consequências. O evento em nada ajudou o governo. Pelo contrário: só trouxe transtornos.

Vaias

No campo esportivo, a presidente Dilma passou o dissabor de ser vaiada nos estádios. Constrangimento terrível. Pior ainda o vexame da Seleção Brasileira que tomou goleada de 7 a 1 da Alemanha. O saldo da Copa do Mundo foi desastroso. Ainda há obras inacabadas. Em 2016 vem a Olimpíada do Rio de Janeiro. Novos riscos acontecerão.

Mudança

Romário, após comemorar em Zurique ao lado de Dunga, Blatter, Valcke, Ricardo Teixeira e Lula a escolha do Brasil para sediar a Copa 2014, transformou-se no maior contestador do evento. Não poupou críticas. Disse que aprovara a Copa com dinheiro da iniciativa privada, mas, quando viu o uso de dinheiro público, detonou.

Notas & notas. Meus companheiros Luana Lima e Thiago Rocha felizes da vida porque vencedores do Prêmio Prefeitura de Fortaleza de Jornalismo na categoria Jornalismo Impresso pela reportagem IDH. Igualmente feliz o companheiro, repórter fotográfico Natinho Rodrigues, vencedor na categoria Fotografia pela imagem "Santo Morro Teresinha". A todos, parabéns! /// No Debate Bola de hoje (19hs, TV Diário) presença de Hilton Júnior na homenagem ao saudoso Cristiano Santos, do Memofut.

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