Responsabilidade fiscal
Conversa franca, amistosa, em elevado nível. Assim o papo entre Marcelo Paz, do Fortaleza, e Robinson de Castro, do Ceará. Exposição de providências tomadas em Porangabuçu e no Pici. Zelo nas contratações, critérios adotados, levantamento do perfil de cada pretendido, relacionamento com a imprensa, enfim, situações do cotidiano. Análise feita, posição por posição, titulares e suplentes. Observei em ambos um sentimento comum: o otimismo. Há confiança nos objetivos, já pela execução do planejamento que foi elaborado de forma realista. Nada de supersalários ou de comprometimento da saúde financeira dos clubes. Uma espécie de responsabilidade fiscal espontânea, sem necessidade de lei que a discipline.
Difícil
Ceará e Fortaleza têm um problema comum: achar um atacante eficiente. O Fortaleza não ficou com Robert. O Ceará não ficou com Bill. Agora caçam um substituto como se caça uma agulha no palheiro. Quem tem não quer negociar. E, se for negociar, o preço dispara. Lei da oferta e da procura. Pelo visto, melhor mesmo é buscar alternativas.
Conhecimento
Na conversa que tive com Nedo Xavier, Nodge Nogueira e Paulo César Norões, uma constatação: Nedo está por dentro do futebol cearense como se aqui estivesse trabalhando. Portanto, sabe o potencial dos adversários, principalmente o do rival Ceará. Enfim, conhece os percalços que terá pela frente. Isso conta muito numa avaliação.
Recordando
1972. Ceará Sporting Club. A partir da esquerda, só os jogadores (em pé): Marinho, Artur, Odélio, Jorge Hipólito, Edmar e Paulo Tavares. Na mesma ordem (agachados): Jorge Costa, Samuel, Zé Eduardo, Serginho e Gaspar. Desse grupo, tenho informações apenas de Edmar, hoje técnico de futebol; Serginho Redes, comentarista dos bons; Zé Eduardo, mora em Salvador; e Jorge Costa. (Colaboração de Elcias Ferreira),
Impulsão
O veterano Magno Alves continua dando exemplo de condição física excepcional. Nos treinos físicos, simplesmente superou todos os demais na impulsão. Não há em Porangabuçu quem salte mais alto do que ele. Os mais jovens ficam admirados ante a desenvoltura de Magno. O contrato dele com o Ceará vai até maio de 2016.
Subida
Minha conversa com Dado Cavalcanti foi rápida, de passagem. Já conheço o trabalho dele. Jovem técnico em ascensão. Gostei do que fez quando esteve no Icasa. Agora a cobrança será maior. A torcida alvinegra é mais exigente. Dado sabe que terá afirmação definitiva e subida no cenário nacional se classificar o Ceará para a Série A. Está na vez.
Vontade
O goleiro Deola, contratado pelo Fortaleza, dispensa comentários. Mas o que mais contribuiu para a vinda dele foi a sua vontade de aqui atuar. Desde o primeiro momento, antes mesmo dos acertos financeiros, Deola mostrou-se interessado e fez ver seu desejo de jogar pelo Fortaleza. Essa postura foi decisiva para a concretização do ato.
Agora é para valer
Nedo Xavier começou a trabalhar. Tem a segunda chance que não teve quando no Pici esteve. O diretor de futebol, Marcelo Paz, frisou: "Nedo retornou, não porque fora injustiçado na primeira passagem, mas pela competência comprovada. Seu perfil casou com o que queria o Fortaleza. Pesou também favoravelmente a sua campanha pelo Boa (6º na Série B)". Só espero que saibam ter paciência. Deixem o Nedo trabalhar. Pode até demorar um pouco, mas ele montará uma equipe competitiva, sim.