Tom Barros: Recordando

A foto me foi enviada como sendo o Limoeiro, mas na verdade é o Ferroviário com sua ótima formação na década de 1950. A partir da esquerda (em pé): o 1º é Eudócio; o 3º, Manuelzinho; o 4º, Nozinho. Na mesma ordem (agachados): o 2º, Kitt Rola; o 3º, Doca; o 4º, Pacoti; o 5º, Macaco. O técnico era Durval Cunha. Jogadores que fizeram o inesquecível Ferroviário. Aguardo correções e identificação de todos. Alô, Kitt, alô Pacoti!

Pobreza: só dois grandes

As novas gerações não conheceram a força do América e do Calouros do Ar no contexto do futebol cearense. Ambos foram campeões estaduais. Ambos sumiram da primeira divisão. E sumiram também da segunda. E nem sei mais por onde andam. E nem mais sei se existem. E sem eles o Campeonato Cearense foi ficando mais pobre. Mais pobre porque destruída a história. Mais pobre porque destruída a tradição. Agora vejo a decadência do Icasa. O Verdão, que com a crise coral chegou a assumir ares de terceira força, hoje está abatido, humilhado, rebaixado. Resta o Ferroviário a lutar para retomar o lugar que um dia com méritos já o pertenceu. O futebol cearenses estará perdido se ficar apenas com dois grandes. É pouco. E bota pouco nisso.

Desafio

O Ferroviário enfrenta o Itapajé hoje às 20h20 no PV. No momento, o Ferrão está na faixa classificatória (é vice-líder), mas tem colado o Horizonte. Ainda há muito chão pela frente, pois o campeonato da segunda divisão terminará apenas no dia 25 de maio. A participação coral termina um pouco antes: dia 22 diante do Horizonte.

Cereja do bolo

Se o Campeonato Cearense de 2017 tiver apenas dois times grandes, Fortaleza e Ceará, cairá mais uma vez na mesmice, uma repetição que termina cansando. Faltará a cereja do bolo. Com o Ferroviário na Série A, poderíamos ter três clássicos como nos velhos tempos. Por enquanto vamos esperar a cereja do bolo. E que cereja!

Clássicos

A volta do Ferroviário à elite possibilitaria a "ressurreição" do clássico tricolor que sacudiu multidões. Também a "ressurreição" de Ferroviário x Ceará, que fez história, principalmente nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Foram trinta anos de clássicos que enriqueciam e davam graça às competições estaduais.

Fim

A queda do Ferroviário acabou com esses clássicos. Deixou um vazio enorme até hoje não preenchido por qualquer outro clube. Por isso mesmo o argumento irrefutável do empobrecimento no certame estadual. E agora, sem o Icasa para 2017, paupérrimo vai ficando uma competição que já foi a mais importante do Estado.

Responsabilidade

O experiente treinador e dirigente, Lula Pereira, que está à frente do novo projeto coral, tem uma responsabilidade muito grande. A missão de resgatar o Ferrão, trazendo-o de volta à Série A cearense é nobre. Se conseguir, terá prestado elevado serviço ao futebol cearense como um todo, máxime recompor grandes clássicos que saíram de cena com a queda coral.

Por onde andam. O América campeão cearense de 1935 e 1966 foi um time respeitado. Tinha sede na Rua Rodrigues Junior e forte equipe de futebol de salão, com astros como Heitor e Fernandinho. O Calouros do Ar foi campeão cearense de 1955. Tinha sede em Aerolândia e campo de treinamento na Base Aérea de Fortaleza. Quem mais lutou para manter vivo o Calouros foi o saudoso Francisco Wambar Menescal. Depois que Wambar morreu em 2015 perdi o contado com a turma do Calouros do Ar.

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