Tom Barros: Recíprocas inquietações

Hoje o Ceará enfrentará o Santa Cruz. O Santa de Anderson Salles, Primão, Ricardo Bueno. O Santa em transição porque demitiu o técnico Vinícius Eutrópio após a derrota (1 x 3) para o Londrina em pleno Arrudão. Segue a máxime tão comum no futebol brasileiro: três derrotas, rua. O Santa tem uma posição (7º) e um ponto (9) a menos que o Ceará. Portanto, os dois estão muito próximos em virtudes e defeitos, em acertos e queixumes. O Ceará, apesar da vitória sobre o Brasil em Pelotas, deixou inquietações. A meia-cancha com Richardson, Raul, Felipe Menezes e Rafael Carioca foi engolida. Não conseguiu fazer a ligação. Pouco criou. E o ataque com Roberto e Artur passou mais tempo procurando a bola.

Os gols

Apesar das dificuldades do jogo passado, Rafael Carioca e Artur marcaram golaços. Gols que neutralizaram as dificuldades na articulação. Gols salvadores. Mas o Ceará não pode depender de gols de última hora como o de Roberto sobre o Londrina e o de Rafael Carioca sobre o Brasil/RS.

Consistência

É preciso que o alvinegro tenha o consciente controle da meia-cancha na função de desarmar e ligar em velocidade. Isso não aconteceu contra o Brasil/RS senão em lances isolados, esporádicos. Há que ser mais intenso, mais constante. Se assim não for, Artur e Roberto sofrerão horrores à espera de uma bola.

Recordando

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Década de 1960. Valores do Ceará. A partir da esquerda: o atacante Doca, o atacante Neném e o zagueiro Alexandre Nepomuceno. Doca morreu faz muitos anos. Não sei onde anda Neném. O querido Alexandre, grande capitão da história do Ceará, morreu em maio deste ano. O uniforme do Ceará sem o escudo. (Álbum de Elcias Ferreira).

Sem pressão

O meia Adenilson ainda não desenvolveu no Leão o futebol criativo, bonito e solto que apresentava no Guarani. Mas há que se levar em conta que a Série C é mais complicada que o Campeonato Cearense. Ele tem sofrido marcações mais fortes. A torcida não deve sufocar o rapaz com forte pressão. Paciência, gente.

Um tempo

No jogo em Cuiabá funcionou pela direita o trabalho de Everton que estabelecia diálogo com Pablo no setor. Houve troca de passes e bom apoio de Pablo. Boas situações criadas. Pena que durou apenas um tempo. Na fase final já não foi eficiente. E Everton terminou sendo substituído.

Lá vem ele

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O bom técnico Francisco Diá subiu o Icasa para a Série B em 2012, sendo vice-campeão brasileiro da Série C. Pois é ele quem comanda o Sampaio Corrêa. Vem encarar o Fortaleza, domingo no PV. "Meu time é como a novela das oito: chega ao auge nos últimos capítulos", diz. Como a Série C só está começando...

Dados & dados. O secretário de esportes do estado do Ceará, Euler Barbosa, no encontro que teve com o presidente da FCF, Mauro Carmélio, expressou seu desejo de solidificar o futebol no interior. Isso é bom, até porque tenho visto ampliadas as dificuldades econômicas e financeiras das agremiações interioranas. No momento, se é difícil segurar equipes de municípios fortes como Juazeiro do Norte e Sobral, imaginem nos demais municípios de menor porte.