Tom Barros: Primeiro dia de trabalho

Legenda: Recordando: 1987. Ceará. A partir da esquerda (em pé): Osvaldo, Roberto, Cesinha, Zé Carlos, Cláudio e Marcílio. Na mesma ordem (agachados): Regis, Oliveira Canindé, Erasmo Forte, Wanks e Bacabal. Tenho a impressão de que essa era uma formação alternativa, com a presença de Oliveira, Erasmo e Wanks. Hoje, Oliveira Canindé e Erasmo Forte são treinadores. Faz tempo não tenho notícias de Wanks. (Coleção de Elcias Ferreira).

Tudo a seu tempo. O presidente do Ceará, Robinson de Castro, tem sido parcimonioso nas contratações. Nada de badalações e anúncios bombásticos. Em tempos de crise financeira por que passa o país, nada de esbanjar. Controle do cofre. Contratações sob rigoroso critério. Ora, quando 2016 clarear a situação econômica, certamente os investimentos poderão ser mais ousados. De momento, rigores nas contas. O homem prudente é assim: faz tudo a seu tempo.

Feliz o profissional que ama a sua profissão. Ele vai ao trabalho com a alegria de mais um dia de realização. Feliz o profissional que, ao voltar da férias, sente o prazer de reencontrar os colegas de labuta. Feliz o profissional que faz do emprego a extensão de sua morada. Feliz o profissional que se reapresenta cheio de projetos bons. Assim a maior parte dos atletas do Fortaleza na recente reapresentação. A maioria tem compromisso e projeta 2016 com títulos e ascensão. Mas, no primeiro dia de trabalho após as férias, o recado de alguns torcedores no Pici foi de pressão: "A paciência acabou". Recado inoportuno. No lugar do protesto a mensagem certa teria sido a de boas- vindas, a de estímulo, a de respeito, a de confiança nesses profissionais. Pena não ter sido assim.

Tamanho

Há que se considerar na inoportuna mensagem transmitida aos jogadores do Fortaleza o tamanho reduzido do grupo que foi ao Pici fazer pressão e protesto. Um grupo pequeno, quase nada, diante da imensa torcida do Fortaleza. Fica claro então: a grande maioria que forma a nação tricolor está bem acima dos grupos de menor expressão.

Parceira

A torcida tem de ser parceira do time. Tem o direito de protestar, mas há o momento certo. Em 50 anos de batente, não lembro ter visto algo igual: protesto e pressão logo no primeiro dia de trabalho. Em vez de levar tranquilidade ao time levou apreensão. Começar o ano já sob apreensão é terrível. Não façam isso. É contraproducente.

Futuro

Vejo no site do Ceará a euforia com o time Sub-13 e com o time sub-17, que agora se sagraram campeões cearenses 2015. Somando-se os títulos já conquistados nas categorias Sub-15 e 20, o Vozão fecha o ano com um feito inédito na história do clube: ganhou os quatro títulos disputados pela base. Prenúncio de revelações.

Aproveitamento

Tudo bem, é mesmo para encher de otimismo o Ceará diante de tantas vitórias das bases. Mas isso só fará sentido se houver o rápido aproveitamento desses jovens. Se assim não for, será a repetição de tantos e tantos anos anteriores. Anos de desengano: o time trabalha as bases, revela, mas poucos chegam ao time principal. Isso tem que mudar.

Amizade

Hoje, 20hs, no Castelão, o Jogo da Amizade, Amigos do Wesley Safadão x Amigos do Osvaldo, jogador cearense do Fluminense/RJ. Solidariedade e humor, com a presença de astros do futebol e da televisão. O que for arrecadado será destinado a Apae, Iprede, Lar Torres de Melo, Associação Peter Pan, Instituto Irmã Giuliana Galli e Casa Sol Nascente. Ótimo!

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