Tom Barros: O sonho não acabou

O sonho do ouro no futebol, com a Seleção Olímpica Masculina do Brasil, ainda não acabou. Mesmo com os empates nos dois primeiros jogos, mesmo com Gabigol, Gabriel de Jesus e Neymar zerados na artilharia, mesmo com as frustrações diante da África do Sul e do Iraque, o sonho continua. Utopia? Não. Utopia é sonho irrealizável. O sonho brasileiro ainda é realizável. Até aqui o milionário trio atacante do Brasil não se ajustou. Foi muito vaiado. Verdade que a situação é desfavorável pela pressão que aumentou sobremaneira. Mas já vi seleções vaiadas terminarem campeãs. A do tricampeonato mundial no México em 1970 saiu daqui sob vaias. Voltou ovacionada nos braços do povo. Claro que é grande diferença entre uma coisa e outra. Citei o fato apenas como ilustração.

O Itamaraty e a campeã

A diplomata do Itamaraty, cearense Camila Neves Moreira, abraçou Rafaela Silva, representando o laço mundial de solidariedade e gratidão à atleta brasileira que venceu no judô e ganhou a medalha de ouro na Olimpíada Rio 2016. Ao mesmo tempo, Rafaela derrotou também todos aqueles que se negam a ver nas pessoas valores morais, éticos, de vida, independentemente de cor, raça, sexualidade e condição social.

Sabem

Alguém pode dizer que Neymar não sabe jogar? Alguém pode dizer que Gabigol e Gabriel de Jesus não sabem jogar? Ora, dizer todo mundo pode. Mas, se não soubessem jogar mesmo, os milhões de euros viriam buscá-los para o exigente futebol europeu? Saber eles sabem. Falta a sintonia fina que às vezes acontece num estalo.

Endereço

Já imaginaram se Dunga ainda fosse o técnico da Seleção Olímpica? Ora, todos os ódios e rancores de parte da imprensa o estariam engolindo vivo. Como o técnico Mário Micale é maleável com a imprensa, livra-se das críticas pesadas que sobram para o Neymar. É notório: o endereço da crítica varia de acordo com o ranço de quem a faz.

Imagem

Rafaela é uma simbologia para a imagem do Brasil no mundo. Vítima de racismo - os londrinos diziam que ela "deveria estar na jaula com macacos" - menina pobre, criada e educada na favela Cidade de Deus, no Rio, foi discriminada até por empresas que jamais associaram suas marcas à menina "preta e pobre". Coube à Marinha do Brasil a tarefa de lhe estender o apoio para chegar ao ouro.

No pódio

O Itamaraty fez bem ao cuidar dessa jovem brasileira e apresentá-la aos chefes de Estado e ao mundo. Rafaela, com o apoio de corações generosos, sem o dinheiro dos poderosos, botou o Brasil e nossa bandeira no alto do pódio. E encheu de emoção o coração dos brasileiros, que não mais suportam só testemunhar notícias de roubalheira e desamor ao país por parte de seus governantes.

Mais atenção

Erivelton é bom goleiro. Jovem, está com 23 anos de idade. Nasceu em Vargem Grande do Sul/SP. Pode alcançar voos muito altos na profissão. Mas precisa ficar atento. No jogo passado, falhou no gol que tomou e, antes, soltou uma bola fácil porque foi com a mão mole. O suplente deve sempre estar pronto para manter o padrão do titular. É assim que funciona.

Piores. Na história da Seleção Olímpica Masculina de futebol do Brasil nos Jogos Olímpicos, as piores campanhas foram em 1968 no México e 1972 na Alemanha: nenhuma vitória em três jogos. No México, o Brasil perdeu da Espanha (1 x 0) e empatou com Japão (1 x 1) e Nigéria (3 x 3). Em Munique, perdeu da Dinamarca (3 x 2), empatou com a Hungria (2 x 2) e perdeu do Irã (1 a 0). Nessas duas disputas olímpicas, eliminado na primeira fase. (Dados de Airton Fontenele).

Acompanhe os comentários em http://bit.ly/tombarros-tvdn