Tom Barros: O que fazer agora

Faltam apenas dez jogos para terminar a Série B nacional 2016. São, portanto, 30 pontos a serem disputados pelo Ceará. No caminho alvinegro estão, pela ordem: Joinville (Castelão), Oeste (fora), Náutico (fora), Bragantino (Castelão), Bahia (fora), Tupi (Castelão), Criciúma (fora), Vila Nova (Castelão), Paraná (Castelão) e Vasco (fora). Haverá, portanto, apreensão até o fim. O que antes era alcançável sonho de classificação agora está mais para utopia, embora matematicamente ainda seja possível a volta por cima. É incompreensível: o mesmo grupo, que deu a esperança no turno, agora a transforma em desesperança. Construiu e destruiu. Avançou e recuou. Como no futebol tudo é possível, deixemos por conta do imponderável.

Repetição

Bill deu perfeita assistência para o gol de Eduardo em Pelotas, mas, quando é ele mesmo o autor da finalização, vem deixando muito a desejar. Nesses dois últimos jogos, contra Luverdense e Brasil, Bill perdeu cinco claras oportunidades de gol. Se o principal nome do ataque perde tantas chances assim, tudo fica muito complicado

Risco

Há onze jogos o Ceará vem numa repetição. Nas entrevistas os seus jogadores dizem: "Não deu, mas vamos nos preparar para a próxima". E a próxima chega. E passa. E não dá. Vem a próxima. E com ela a aproximação do fim. O fim. Problema adiado não raro traz efeitos graves. O maior deles: perde o tempo adequado para a solução.

Recordando

27 de setembro de 2006. Assim se passaram dez anos. O goleiro do Ceará, Adilson, o Paredão, dando autógrafos. Adilson Cândido de Souza marcou época no Vozão, onde foi campeão cearense em 2006, 2011 e 2012. Atuou pelo Ceará durante oito anos. Adilson está com 42 anos de idade. Jogou no Santo Andre em 2014. Depois não mais soube notícias dele. Antes de vir para o Ceará, ele teve bons momentos no Atlético de Minas Gerais.

Avaliação

Boa parte da torcida do Fortaleza pergunta se o Juventude é teoricamente adversário mais difícil do que foram Oeste, Macaé e Brasil/RS. Resposta simples: é. Pela história e tradição, o Juventude está muito acima do que construíram juntos esses três times citados. Basta ver a comparação que faço entre os três no tópico ao lado.

Título

Além de campeão Copa do Brasil de 1999, o Juventude foi também campeão gaúcho de 1998. É um time acostumado a encarar Grêmio e Internacional em Porto Alegre, afeito, pois, a grandes desafios e decisões. Oeste e Macaé não ganharam títulos da Série A em seus estados. O Brasil foi campeão gaúcho de 1919, mas não tem título nacional.

Segurança

A chegada de Hemerson Maria, embora num momento traumático pela saída de Marquinhos Santos, trouxe ao Leão a aura de um vencedor. E vencedor da Série B, superior à Série em que se encontra o Fortaleza. Hemerson, além de subir o Joinville para a Série A, fez mais: sagrou-se campeão da Série B nacional 2014. Psicologicamente isso é muito bom para o Leão.

Acima. O Fortaleza vai para esta decisão com um treinador que conseguiu em 2014 colocar o Joinville à frente até do Vasco da Gama/RJ, que foi apenas o terceiro, e da Ponte Preta, que foi vice-campeã. O Joinville fez 70 pontos, numa Série B que tinha América/MG, Ceará, Náutico, Atlético Goianiense e Santa Cruz, dentre outros times de expressão. A bagagem de Hemerson em competição assim será importante nas adversidades que terá, máxime no Alfredo Jaconi em Caxias do Sul.

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