Tom Barros: O novo treinador

Tite era e é unanimidade. Assim, com o apoio geral da nação, assume o comando da Seleção Brasileira. Não duvido da sua capacidade de revolucionar a Canarinho, fazendo-a outra vez respeitada, vitoriosa, amada e aplaudida pelos gramados do mundo. Mas tal processo de retomada passará necessariamente por uma assepsia no alto comando do futebol. É preciso averiguar bem se há ou não a influência de patrocinadores, de forma direta ou indireta, explícita e camuflada, na convocação dos atletas. Esclarecidos os fatos, é preciso que se dê a Tite a autonomia para escolher livremente os convocados. Somente assim, voltando-se às origens, certamente será possível voltar à luz o que agora ainda é escuridão. Taí o novo treinador.

Velhos tempos

Sou do tempo de Vicente Feola, técnico que levou o Brasil à conquista do primeiro título mundial. Sem alarde, sem banca, sem boçalidade, sem mídia, discreto, Feola montou o time que despachou os russos, goleou os franceses e arrasou a Suécia na decisão da Copa do Mundo de 1958. Não havia na época as interferências de hoje.

Interferências

No mesmo modelo, o técnico Aymoré Moreira ganhou o bicampeonato mundial em 1968 no Chile. Mas quando Feola voltou para a Copa de 1966, houve as primeiras interferências políticas. Resultado: o Brasil fracassou, eliminado na primeira fase. Conclusão: quando há politicalha não dá certo. Que Tite tenha força para evitar os canalhas.

Recordando

05 de junho de 2006. Assim se passaram dez anos... Ceará Sporting Club. Estádio Carlos de Alencar Pinto. A partir da esquerda: o então técnico alvinegro Dimas Filgueiras, o jornalista Alberto Damasceno e o atacante Helinho. Foto batida quando Helinho se despedia, após assinar a rescisão de contrato. Hoje, Dimas continua em Porangabuçu. Alberto Damasceno está aposentado. Não mais tive notícias de Helinho.

Numa boa

O Fortaleza enfrenta o ABC no Castelão. A favor do Leão uma campanha vitoriosa, a melhor da Série C no seu grupo, só igualada pela a campanha Guarani/SP no Grupo B. Pelo padrão até aqui apresentando, levando em conta os concorrentes que vi em ação, nenhum outro clube tem melhor futebol que o Fortaleza.

Desânimo

Li na Tribuna do Norte o desânimo que tomou conta do técnico do ABC, Geninho, após o time ter sido eliminado pelo Gama na Copa do Brasil. Ele disse também que a estrutura é insuficiente e reconheceu as dificuldades financeiras. Finalizou dizendo que o time não pode depender de dois ou três jogadores. Feia a coisa. Melhor para o Leão.

Oportunidade

Todo ser humano tem direito a uma segunda chance na vida. O zagueiro Max Oliveira, embora alcançado pelo exame antidoping, merece uma segunda oportunidade. Mas vale uma advertência: Max tem de provar o seu desejo de retomada. A chance lhe está sendo dada. Resta-lhe, pois, aproveitá-la para uma revisão de conceito e novo compromisso com a vida.

Balanço. Nas 35 disputas do Campeonato Sul Americano/ Copa América, de 1916 a 2016, a Seleção Brasileira foi campeã oito vezes (os quatro primeiros títulos aqui no Brasil e os quatro últimos na Bolívia, Paraguai, Peru e Venezuela), sob os seguintes comandos técnicos: 1919, comissão técnica; 1922, comissão técnica; 1949, Flávio Costa; 1989, Lazaroni; 1997, Zagallo; 1999, Luxemburgo; 2004, Parreira e 2007, Dunga. O Brasil foi lanterna apenas uma vez, em 1923. (Dados de Airton Fontenele).

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