Tom Barros: o impossível cálculo da Gratidão

Legenda: No Fortaleza, Rogério Ceni foi campeão estadual, da Copa do Nordeste e Série B
Foto: Foto: Kid Júnior / SVM

Quem deve mais: o Fortaleza ao técnico Rogério Ceni ou Rogério Ceni ao Fortaleza? Como não se trata de dívida calculada pelos valores materiais, fica difícil responder. Os valores da gratidão e do respeito não podem ser dimensionados como números de uma conta bancária. O Fortaleza fez treinador Ceni, que chegou como ex-goleiro e saiu com a grife de técnico vencedor. Já Ceni, de imediato, mudou para melhor todas as condições do clube. O Fortaleza deu a Ceni, na nova função, acolhimento que nem no São Paulo ele teve. Ceni deu ao Fortaleza a tríplice coroa. O Fortaleza deu a Ceni todas as chances de afirmação e crescimento. Ceni deu ao Fortaleza a visão de estrutura moderna, inspirada no que ele tinha no São Paulo. O Fortaleza segurou Ceni, quando ele perdeu o Campeonato Estadual de 2018. Ceni segurou o Fortaleza quando o Leão perdeu todo o ataque em meio à disputa. Uma parceria onde ambos se aperfeiçoaram e venceram juntos. E juntos arcaram com todos os ônus. Sendo assim, não ficaram dívidas. Quanto ao tamanho da recíproca gratidão, impossível dizer porque impenetráveis os corações.

O melhor

Há risco de injustiça quando, ao sabor da emoção, aponta-se um técnico como o melhor de todos os tempos em determinado clube. Para evitar precipitações, recomenda-se completa revisão da história, as condições em que trabalharam, o amor ao clube e o número de conquistas. Antes de Ceni, o Fortaleza teve notáveis treinadores como Moésio e Caiçara.

Na linha de Frente

Leandro Carvalho, Felipe Cardoso, Thiago Carvalho. Na linha de trás: Fabinho, Lima, Ricardinho. Sim, e cadê a vaga do Wescley? Ora, quando ele estiver em plena forma, o próprio jogador se escalará. Como deixar fora o maior investimento do Ceará? Já, já, ele chega no ponto. Aí a disputa será entre eles.

Mais

O elenco do Ceará tem gente boa, que está devendo em campo, mas que poderá render mais. Problema é como oferecer continuidade de trabalho. Sem isso será impossível alcançar a automação. Daí as dificuldades de Chico, Juninho Quixadá, Romário, Felipe Baxola e Bergson. Entradas esporádicas não permitem que o atleta ganhe ritmo.

Ferrão

O Ferroviário vai ao Estádio Frei Epifânio da Abadia em Imperatriz. Precisa ganhar para manter vivo o sonho da classificação. Não tenho boas recordações dessa praça esportiva. Problema foi como, de repente, tive de mudar o plano de cobertura para a Verdinha. O Ceará ia enfrentar o Remo em Belém. Aí a CBF puniu o Remo e passou o jogo para o estádio de Imperatriz no Maranhão. Goleada. De Belém.

Para Imperatriz, 593,9km. O Ceará, que já estava em Belém, acabou prejudicado pela punição dada ao Remo. Deslocou-se para Imperatriz. Gostei da cidade, que é bonita. O Estádio Frei Epifânio da Abadia é bom. Quando a bola rolou, o Ceará tomou uma goleada (4 x 0) e um show de bola. Queira Deus que com o Ferroviário seja diferente. Vamos lá Ferrão!