Quem deve mais: o Fortaleza ao técnico Rogério Ceni ou Rogério Ceni ao Fortaleza? Como não se trata de dívida calculada pelos valores materiais, fica difícil responder. Os valores da gratidão e do respeito não podem ser dimensionados como números de uma conta bancária. O Fortaleza fez treinador Ceni, que chegou como ex-goleiro e saiu com a grife de técnico vencedor. Já Ceni, de imediato, mudou para melhor todas as condições do clube. O Fortaleza deu a Ceni, na nova função, acolhimento que nem no São Paulo ele teve. Ceni deu ao Fortaleza a tríplice coroa. O Fortaleza deu a Ceni todas as chances de afirmação e crescimento. Ceni deu ao Fortaleza a visão de estrutura moderna, inspirada no que ele tinha no São Paulo. O Fortaleza segurou Ceni, quando ele perdeu o Campeonato Estadual de 2018. Ceni segurou o Fortaleza quando o Leão perdeu todo o ataque em meio à disputa. Uma parceria onde ambos se aperfeiçoaram e venceram juntos. E juntos arcaram com todos os ônus. Sendo assim, não ficaram dívidas. Quanto ao tamanho da recíproca gratidão, impossível dizer porque impenetráveis os corações.
Há risco de injustiça quando, ao sabor da emoção, aponta-se um técnico como o melhor de todos os tempos em determinado clube. Para evitar precipitações, recomenda-se completa revisão da história, as condições em que trabalharam, o amor ao clube e o número de conquistas. Antes de Ceni, o Fortaleza teve notáveis treinadores como Moésio e Caiçara.
Leandro Carvalho, Felipe Cardoso, Thiago Carvalho. Na linha de trás: Fabinho, Lima, Ricardinho. Sim, e cadê a vaga do Wescley? Ora, quando ele estiver em plena forma, o próprio jogador se escalará. Como deixar fora o maior investimento do Ceará? Já, já, ele chega no ponto. Aí a disputa será entre eles.
O elenco do Ceará tem gente boa, que está devendo em campo, mas que poderá render mais. Problema é como oferecer continuidade de trabalho. Sem isso será impossível alcançar a automação. Daí as dificuldades de Chico, Juninho Quixadá, Romário, Felipe Baxola e Bergson. Entradas esporádicas não permitem que o atleta ganhe ritmo.
O Ferroviário vai ao Estádio Frei Epifânio da Abadia em Imperatriz. Precisa ganhar para manter vivo o sonho da classificação. Não tenho boas recordações dessa praça esportiva. Problema foi como, de repente, tive de mudar o plano de cobertura para a Verdinha. O Ceará ia enfrentar o Remo em Belém. Aí a CBF puniu o Remo e passou o jogo para o estádio de Imperatriz no Maranhão. Goleada. De Belém.
Para Imperatriz, 593,9km. O Ceará, que já estava em Belém, acabou prejudicado pela punição dada ao Remo. Deslocou-se para Imperatriz. Gostei da cidade, que é bonita. O Estádio Frei Epifânio da Abadia é bom. Quando a bola rolou, o Ceará tomou uma goleada (4 x 0) e um show de bola. Queira Deus que com o Ferroviário seja diferente. Vamos lá Ferrão!