Tom Barros: O garoto do placar

As novas gerações, acostumadas com os placares eletrônicos atuais, modernos, digitalizados, não conheceram nos estádios os placares de madeira cujos números eram mudados por um funcionário apelidado de "garoto do placar". Às vezes, nem tão garoto assim. Quem trouxe para o rádio em nosso estado a chamada do garoto do placar foi o narrador Júlio Sales, logo que chegou do Pará. Julinho popularizou isso aqui. A cada gol, o rapaz responsável mudava a placa de madeira no PV. Na década de 1960, eu conheci o "garoto" que trabalhou no PV fazendo essa função. Manoel, o nome dele. Manelzinho, para os íntimos. Ele passou oito anos como garoto do placar. Depois, em 1968, deixou tudo e montou o barzinho que fez sucesso a dois quarteirões do PV.

Garrincha

Em 1968 o bicampeão mundial pelo Brasil, Garrincha, já em final de carreira, fazia jogos de despedia pelo Brasil, atuando por clubes locais. Veio jogar pelo Fortaleza. PV lotado para ver o ídolo com a camisa tricolor. E lá no alto, no local do placar, estava Manelzinho, para mudar os números na medida em que acontecessem os gols.

Dormiu

Antes do jogo do Garrincha, Manelzinho, o Garoto do Placar, tinha feito uma farra. Mesmo assim, subiu para trabalhar no placar. A ressaca o fez dormir. Gols acontecendo e nada de mudança no placar. A torcida reclamava. O administrador do PV subiu e flagrou Manelzinho no maior sono. Manoel foi demitido na hora.

Meta importante

A partir da esquerda: Célio Guimarães, deputado Mário Hélio e o secretário de Esporte do Estado, Gelson Ferraz. No encontro, Gelson reafirmou a meta de colocar em funcionamento total o Centro de Formação Olímpica (CFO), além de estimular atividade intensa e permanente nas Vilas Olímpicas que estão sob administração do governo do Estado. O CFO é um dos maiores do país. É imprescindível sua utilização imediata.

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Reencontro

Anteontem, na Igreja de Nazaré, reencontrei Manelzinho. Disse que está aposentado. Contou um pouco da sua vida de Garoto do Placar. Ele via de um local privilegiado todos os jogos. Assim viu os grandes ídolos como Pelé e Garrincha no PV. Acha que sua demissão foi injusta porque em oito anos de trabalho só dormiu no placar uma vez.

Erros

Ontem, no clássico entre Corinthians e Palmeiras um erro grotesco de arbitragem quase estraga o espetáculo. Thiago Duarte Peixoto, conhecido por se envolver em diversas polêmicas ao longo da carreira, viu Gabriel puxar Keno e lhe deu o segundo cartão amarelo erroneamente. O árbitro será punido, mas o trio errou em não ajudá-lo.

Duradouro

O técnico Reginaldo França está no comando do Maranguape desde 2016. Caso raro de permanência longa num time de futebol aqui na terrinha. Ele tem conseguido fazer com que o Maranguape se mantenha na elite, apesar de algumas oscilações da equipe. Tem sabido tirar o melhor proveito de uma equipe modesta, mas de muito brio e compromisso.

Vaivém. Alguns críticos dizem que o Campeonato Cearense não vale nada. Discordo. Se não valesse nada, não teriam despencado Gilmar Dal Pozzo, técnico do Ceará; Hemerson Maria, técnico do Fortaleza; Roberto Carlos, técnico do Horizonte, Vladimir de Jesus, técnico do Uniclinic; Júnior Cearense, técnico do Guarany de Sobral; Sérgio Alves, técnico do Tiradentes; Neto Maradona, técnico do Itapipoca. Se o certame não vale nada, mas derruba tanto treinador, imaginem quando passar a valer...