Tom Barros: Nova visão do clássico

Nesta segunda fase do Campeonato Cearense, o jogo que há gerado mais expectativa, como não poderia deixar de ser, é Fortaleza x Ceará domingo no Castelão. Mas, fora do encanto em si que essa disputa representa, há outros fatores especiais a serem observados. Um deles será a segunda oportunidade que o técnico Rogério Ceni terá diante do maior rival tricolor. No primeiro jogo deu vitória do Ceará. Depois disso Chamusca e Ceni tiveram bom tempo para renovar análises e conceitos a respeito dos desafios que agora terão, em circunstâncias bem diferentes. Correções de rumo e sistemas táticos certamente estudados à exaustão. Do primeiro clássico para cá, pouca coisa mudou. Reduzido, pois, o elemento surpresa.

Pela direita

Pio e Felipe Azevedo estão numa boa fase de entrosamento e participação. Em Curitiba, diante do Atlético, criaram boas situações. No clássico passado, diante do Fortaleza, o gol de Elton (2 x 0) nasceu exatamente de um perfeito cruzamento de Pio, após boa subida sua pelo setor direito.

Interessante

Exatamente por onde trafegam Pio e Felipe Azevedo, o Fortaleza tem dois jogadores que estão em alta: Bruno Melo e Leonan. Caberá a Ceni observar como encaixar um deles na tarefa de conter mais os avanços do Ceará pela direita. É exatamente aí onde a orientação do treinador pode fazer a diferença.

Recordando

recordando
Uma das formações do Calouros do Ar, time que fez história no futebol cearense, sendo inclusive campeão estadual em 1955. Nesta formação de 1965, dez anos depois do título, a partir da esquerda (em pé): Daniel, Chinesinho, Jairo, Clóvis, Tadeu e Marivaldo. Na mesma ordem: Mota, Fred, Brivaldo, Marron e Raimundinho.

Sindicato

Louvável o trabalho que Marcos Gaúcho, presidente do Sindicato dos Atletas, tem feito na defesa dos jogadores. Se não fosse seu posicionamento firme, certamente os dirigentes iam impor jogos sete vezes por semana. A posição de Marcos Gaúcho, moderada e coerente, tem brecado os excessos.

De fora

Mais uma vez a polêmica da vinda de árbitro de fora. Não entendo como desprestígio aos árbitros locais. Dependendo das circunstâncias, muitas vezes até preserva das naturais pressões os árbitros daqui. Há quem não entenda assim. Respeito. Cabe aqui só um lembrete: árbitro de fora não é certeza de bom trabalho.

Artilheiro

A glória do goleador é deixar sua marca nos clássicos. O artilheiro Gustavo terá nova chance domingo. No clássico passado, fez bobagem: expulso logo aos cinco minutos da fase final por falta grave e desnecessária em Pedro Ken. Tirou qualquer chance de reação. Taí nova chance, Gustavo.

Notas & notas

Não gostei dos resultados do Ceará e do Ferroviário na atual etapa da Copa Brasil. Explico: o Ceará teve o jogo na mão, máxime no segundo tempo. Criou todas as condições para ganhar. Não ganhou. O empate foi consolo. Notei que nem Chamusca digeriu o empate. /// O Ferroviário, em casa, após abrir a contagem, teve tudo para consolidar a vitória. No segundo cedeu o empate. Não consolidou a vantagem. Agora vai a Goiânia tendo de vencer no tempo normal, se quiser a classificação direta.