Tom Barros: Negócio da China

Revi uma entrevista dada pelo técnico Luiz Felipe Scolari à Folha de São Paulo, a respeito de seu trabalho no Guangzhou Evergrande, time da China. Dois pontos me chamaram mais atenção. Lá o CT é fechado. A torcida só tem acesso uma vez por mês. A entrada da imprensa só é permitida uma vez por semana, após os treinos que antecedem os jogos. O Felipão diz que é muito tranquilo para trabalhar. Com relação ao controle, visando a evitar a presença do torcedor, eu compreendo. Evita perturbações no local de trabalho. Quanto à presença da imprensa apenas uma vez por semana, faço restrições. Já imaginaram se aqui houvesse decisão semelhante. Como o apaixonado torcedor acompanharia as atividades de seus clubes?

Aberto demais

Aqui no Brasil tudo é muito escancarado. Torcedor invade o campo, prejudica o treinamento, toma satisfações com os atletas e até os ameaça. É um absurdo. Prefiro moderação. Na década de 1960, quando eu era repórter, havia mais liberdade de ação, mas também havia mais respeito, tanto por parte da torcida como por parte da imprensa.

Dia a dia

Tenho 51 anos de profissão. Completarei 52 de batente em setembro. A cobertura em todos esses anos foi no dia a dia. Não vejo com bons olhos essa cobertura à moda chinesa, ou seja, de acesso ao CT apenas uma vez por semana. Pode ser que, com o aumento da popularidade do futebol lá, a cobertura torne-se mais ampla.

Recordando

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Década de 1960. Jogadores do Fortaleza antes de um treino no Pici. A partir da esquerda: zagueiro Pedro Basílio, goleiro George, volante Luciano Frota, lateral-esquerdo Roberto Barra Limpa, goleiro Cícero e o zagueiro Zé Paulo. Sempre vejo Cícero na sede da Agap. Não sei onde andam George e Roberto. Pedro Basílio morreu. O médico Luciano Frota e Zé Paulo moram em Fortaleza. (Álbum de Elcias Ferreira).

Classificação

A liderança do Figueirense na Série B é merecida. Ganhou do Goiás no Serra Dourada e goleou o Náutico (3 x 0) em Santa Catarina. Já o Inter/RS, time mais importante e tido como dono de uma das vagas para ascensão, está apenas na quarta colocação e com o mesmo número de pontos (4) de Paysandu, CRB, Juventude e Vila Nova.

Desconforto

No ano passado Givanildo Oliveira comandava o Náutico na vitória injusta sobre o Ceará em Recife. Sábado próximo, na Arena Pernambuco, Givanildo Oliveira estará no lado oposto. O Náutico enfrenta séria crise. Pelas circunstância, as condições são bem favoráveis a uma vitória alvinegra. Se não acontecer, Deus meu...

Goleador

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Ceará e Fortaleza continuam questionados porque seus ataques ainda estão com baixo índice de aproveitamento nas conclusões. Incrível: Leilson foi o artilheiro do Campeonato Cearense e já começou na Série D assinalando gol pelo Guarani de Juazeiro. É jovem. Tem potencial. Tem futuro. Mas o grandes da capital nem aí. Santo de casa, irmão...

Notas & notas. Ora, há reclamações de que estão faltando craques e ídolos nos clubes brasileiros. Isso hoje em dia é muito difícil porque os talentos são descobertos nas fraldas e imediatamente controlados por empresários que cedo os remetem para o eldorado futebol europeu. Longe o tempo em que havia fusão de imagens entre ídolos e seus clubes. Acho que isso terminou na época de Zico no Flamengo e Roberto Dinamite no Vasco da Gama. Ídolo em time brasileiro virou coisa passageira.