Tom Barros — Na medida da realidade

O Moto Clube no caminho do Fortaleza. Esse time maranhense merece todo respeito. Tem história. Tem tradição. E assim deve aqui ser recebido. Mas nada de medo. O Leão está bem acima, pois melhor na colocação, no número de pontos, no número de vitórias, no número de gols marcados e no saldo de gols. Além disso, joga em casa. Enfim, todas as condições favoráveis o tricolor cearense. Custa-me crer que o Fortaleza repetirá a pasmaceira da partida em Aracaju. Se o Leão por incapacidade, em casa, for eliminado pelo Moto, melhor mesmo será reconhecer sua fragilidade, recolhendo-se a mais um ano de Serie C. Mas prefiro após as fichas na classificação tricolor. Na medida da realidade.

Os cuidados

Time desesperado para fugir do rebaixamento é capaz de tudo. Lembram-se do que fez o Ceará de Lisca? Desacreditado, quase na lona, foi ao Rio e ganhou do Botafogo lá dentro. Então, cuidado com o desesperado Moto Clube. Portanto, que o Fortaleza tenha diante do Moto responsável precaução, jamais medo.

Estratégia

O Moto Clube terá de assumir riscos, pois, para não depender de terceiros, precisa ganhar o jogo. Então o Moto terá de subir, abrir a guarda. O Leão, ao contrário, poderá ganhar a vaga com um empate. Disso poderá tirar o melhor proveito. Adenilson, com lançamentos longos, cabe muito bem em momentos assim.

Recordando

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Década de 1950. Time do Paysandu-PA. O 1º em pé a partir da esquerda é Jombrega (Francisco José Róseo de Oliveira) técnico do Papão. Ele foi ídolo no futebol cearense. Jogou no Ceará, Fortaleza, Maguari, Peñarol, Ferroviário e Seleção Cearense. Foi artilheiro do Campeonato Cearense de 1945 (8 gols), pelo Maguari. Colaboração de Nonato Holanda.

De volta

Até hoje não entendi a razão da paralisação da Série B do Campeonato Brasileiro. Os dois jogos da Seleção Brasileira não atrapalhariam nada a sequência normal da competição. O Ceará ficou sem jogos por 15 dias. Quer queiram, quer não, paralisação assim quebra o ritmo. Há quem diga que isso é bobagem. Tudo bem.

Formação

A meia-cancha que compreendo ser a ideal para o Ceará é: Raul, Richardson, Ricardinho e Lima. É a visão de fora. Marcelo Chamusca, que vê por dentro, no dia a dia, tem bem melhores condições de avaliar qual a formação ideal para o momento de cada jogo. Isso não quer dizer, porém, que ele esteja sempre correto.

Seriedade

Gosto muito do futebol do zagueiro do Ceará, Rafael Pereira. É seguro. Jamais o vi com ornatos ou jogadas de efeito. Sempre sério na disputa. Sabe se impor pela sobriedade de seu próprio comportamento. Nas entrevistas é incisivo nas respostas, sempre com propriedade. Tem a imagem de um líder.

Há 50 anos

O América, campeão cearense de 1966, teve seu terceiro jogo na Taça Brasil de 1967 diante do Treze/PB. Ganhou no PV (2 x 0), gols de Janca (contra) e Heitor. América: Pedrinho, Ribeiro, Cícero, Luciano Frota e Ninoso; Osmar e Loril; Pinha, Heitor, Wilson e Zé Gerardo. Técnico - Gilvan Dias. O Treze: Galego, Lopes, Mané, Antonio e Janca; Leduá e Zeca; Lima, Pinga, Chicletes e Zé Luís. Técnico Astrogilso Nery. Depois Lima e Chicletes vieram para o Ceará. E o técnico Astrogildo treinou times cearenses. (Dados de Eugênio Fonseca).