Na década de 1960 havia um presidente do Ceará, Elias Bachá, que usava estratégia interessante. Se perdesse o campeonato, já no dia seguinte anunciava uma contratação bombástica. Não fazia a torcida esquecer o fracasso da perda do título, mas desviava o foco do assunto e assim amenizava a frustração pelo fracasso na competição. Hoje, tantos anos depois, o procedimento alvinegro assemelha-se ao do saudoso Elias. Provocou a mudança de foco com o discurso animador do técnico que joga ofensivo, Sérgio Soares, e promoveu uma espécie de "impeachment" coletivo, mandando embora significativa leva de jogadores e auxiliares. Concentra agora seus objetivos no retorno à Série A nacional e na Copa do Brasil. O que passou, passou...
Sete
A conta do mentiroso. Sete, um número cabalístico, misterioso. Pois foi no sete que o Ceará buscou arrimo para começar as reformas. Mandou sete embora. Sim, mas quem foi que indicou esses jogadores que só vieram onerar o clube? Mais uma vez uma leva de atletas limitados. E assim a gastança equivocada.
Alerta
O presidente Robinson de Castro precisa estar atento não apenas na qualidade das futuras contratações, mas também e muito mais atento na competência de quem indica. Verificar se não há por trás de quem indica a prática da desova tão comum entre empresários que têm representantes nos cargos de mando em vários clubes brasileiros.
Recordando
Anduiá, que morreu na semana passada, foi na década de 1960 notável atacante do futebol do Cariri. Na foto (Estádio da LDJ) ele é o centroavante do Guarani/J. A partir da esquerda (em pé): Chiute, Valdir, Pitaguari (ex-Gentilândia), Mormaço, Borracha e Gonçalo. Na mesma ordem Tetéu, Índio, Alexandre, Anduiá, Chagas e Daniel. O Guarani completou 75 anos de fundação. (Colaboração de Wilton Bezerra).
Clássico
Os dias mais esperados pelos torcedores são os dias de clássico. É o medir forças entre os maiorais. Sem clássico o certame empobrece. Pois 2016 entra para a história do futebol cearense como o ano esvaziado pela falta de um encontro maior. Conseguiram a façanha de passar o certame sem sequer um Ceará x Fortaleza.
Inteligências
Que os nossos dirigentes repensem a fórmula de disputa. Sem clássico o futebol perde a sua própria razão de ser. Pelo rebaixamento coral já havíamos ficado sem os clássicos Ferroviário x Fortaleza e Ferroviário x Ceará. Agora pelo burro modelo de disputa, ficamos sem Fortaleza x Ceará. Que graça tem isso?
Clássicos
O saudoso Mário Degésio Cavalcante foi uma das maiores raposas do futebol cearense. Ocupou todos os cargos na FCF, antes de chegar à presidência. Em sua época jamais admitiria um regulamento sem no mínimo dois clássicos entre Fortaleza e Ceará. Pena que seus sucessores não herdaram dele a perspicácia. Com Mário, certame sem clássico não teria acontecido.
Sepultura. O Campeonato Cearense está perdendo o prestígio exatamente pelo empobrecimento de sua essência. Se não forem preservados os clássicos, a tendência é o desprestígio afastar até os poucos patrocinadores que nos restam. Por isso mesmo há que se reforçar a luta pelo retorno do Ferroviário à primeira divisão. É preciso que Ceará e Fortaleza voltem a se enfrentar. Idiotas os dirigentes que eliminam essa possibilidade. Estão cavando a própria sepultura.
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