Tom Barros: Momento psicológico

No futebol tem significativa importância a força mental do atleta. É quando ele se mostra capaz de, sem tremer, com a firmeza de suas convicções, promover viradas inacreditáveis. Foi assim com o Fortaleza, apesar do abalo emocional durante a partida com o Tigre. Prevaleceu a força mental na reação dos jogadores do Fortaleza quando da vitória sobre o Tiradentes. Trazia o Leão o complexo da derrota anterior para o Tiradentes, além da eliminação da Copa do Nordeste após o empate com o Altos/PI. Resultados que geraram dúvida sobre a capacidade do Leão em dar a volta por cima. Mas a vitória sobre o Tiradentes no primeiro jogo do mata-mata é do tipo que oferece moral e confiança ao grupo. Que espanta medos. Que destrói fantasmas. Que abala o adversário.

Fantasma

Quando o atacante Itaitinga fez Tiradentes 1 a 0 com menos de um minuto de jogo, certamente ganhou contornos de um fantasma que ali estava para assustar mais ainda os já assustados zagueiros do Leão. A própria torcida chegou a imaginá-lo como mais um carrasco, desses que surgem de repente, para atormentar os tricolores. Quase.

É bom

Verdade é que, mesmo com a derrota do Tiradentes, o Itaitinga em questão já levou tormento aos tricolores. Em dois jogos, três gols. Sinal de alerta para o jogo do dia 26, quando acontecerá a decisão da vaga. Nisso tudo restou provado que Itaitinga é bom. Não sei a razão por que estava fora do cenário do futebol cearense.

Recordando

17 de fevereiro de 2006. Há exatos onze anos esta foto foi batida. Dia de treinos do Ferroviário na Barra do Ceará. À frente do grupo o atacante Stênio, seguido por Raul e Dedé. Detalhe: José Stênio Ribeiro de Assunção está com 44 anos e já encerrou a sua carreira de jogador profissional. Ele foi campeão cearense pelo Ceará e atuou também no Horizonte, Uniclinic, Tiradentes, Campinense, Icasa e Náutico de Recife, dentre outros.

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Reforços

Wallace e Pedro Ken, os novos do Ceará. Já disse diversas vezes que, só após algumas partidas, opto por analisar a atuação dos que chegam. O currículo serve apenas como referência. O que vale mesmo é a qualidade do futebol que eles praticam no momento. O processo de adaptação também tem de ser levado em conta.

Do outro lado

Anderson Silva, técnico do Uniclinic, tem a vantagem de até "ontem" ter integrado a comissão técnica do Ceará. Agora no Uniclinic, Anderson sabe tudo o que ocorre do outro lado. Isso pode facilitar a estratégia a ser definida por ele para tentar neutralizar as ações de um time que é reconhecidamente superior. Grande desafio de Anderson.

Crédito

Em coluna anterior, disse que Lúcio Flávio estava em débito com a torcida do Fortaleza. Apesar do empenho, não transformava em gols o esforço despendido. A resposta dele veio na hora certa: mais que os dois gols da vitória sobre Tiradentes, uma atuação que marcou pelo espírito de luta, a vontade de superar a adversidade. Conseguiu. No lugar do débito, crédito.

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Email. De Alberto Monte (alberto.Monte@hotmail.Com): "Acordei com saudade da época que o futebol cearense era mais competitivo e respeitado a nível nacional. Refiro-me à decisão do Campeonato Cearense de 1974. Apesar de ser lembrança ruim, pois sou torcedor do Ceará ( três vitórias seguidas do Fortaleza), acho que isso foi inédito na história do futebol cearense. Quantos heróis daquelas batalhas ainda estão vivos e como está a situação dos mesmos"? Convoco os pesquisadores Eugênio Fonseca e Nirez.