O Gavião da Serra entrou no certame estadual tendo como objetivo não ser rebaixado. Não foi. No grupo onde estavam Fortaleza, Uniclinic e Icasa, certamente sobraria para o torneio de descenso. Não sobrou. E ingressou no hexagonal como surpresa. Mas no hexagonal não se deu bem. Em cinco jogos, dois empates r três derrotas. Pífia campanha. Estava fadado ao ostracismo, destino final dos derrotados. Assim seria se um fato novo não tivesse acontecido, ou seja, o grande Ceará nas mãos e pés do Maranguape para ter o direito de avançar às semifinais. Aí o Gavião assumiu papel especial na novela da classificação alvinegra. Deixou de ser o coadjuvante sem graça e virou o mocinho, herói dos filmes de cowboy, a salvar o amigo em apuros. Agora só se fala no Maranguape. E tudo de repente.
Feitos
Uma das surpresas do Maranguape foi empatar com o Ceará no dia 5 de março em pleno Castelão. E como está fazendo falta ao Ceará esse pontinho perdido para o Gavião. E mais: nesse jogo, o Maranguape teve excelente chance até para ganhar, mas Niel, sozinho, mandou para fora. O técnico Lisca, já sob pressão, ali começava a viagem de volta.
Derrota
No jogo de ida, diante do Guarany/S no Junco, Maranguape perdeu por 1 a 0, mas deu trabalho. Agora o jogo de volta será no Estádio Antonio Cruz na Precabura. Coisas do futebol: exatamente na última rodada, na última partida, Maranguape ganhará sua maior visibilidade. Torcidas do Ceará e do Fortaleza de olho fixo nessa partida.
Recordando
29 de março de 2006. Há dez anos o clássico Fortaleza 1 x 0 Ferroviário no Castelão. No lance, Júnior Cearense agarra Mazinho Lima do Fortaleza, dificultando a ação do meia do Leão. O tempo passou e esse clássico do nosso futebol deixou de acontecer. O Ferroviário caiu para a segunda divisão, deixando um vazio nas disputas estaduais. Agora o Ferrão luta para voltar à Série A cearense, mas não está fácil.
Pontinho
É interessante que o Ceará concentre atenções no jogo diante do Uniclinic. Se ficar ligado apenas no Maranguape, correrá o risco de tirar o foco de suas obrigações e ser surpreendido pelo Águia da Precabura. No jogo de ida, no PV, Ceará e Uniclinic ficaram no empate (0 a 0). Esse pontinho ainda hoje também faz falta ao Ceará.
Caixinha
Contrariando a lógica das coisas, o futebol prepara caminhos imprevisíveis. No início do certame, unânime a opinião de que Fortaleza e Ceará passariam por cima dos modestos e humildes concorrentes. Hoje, por ironia do destino, o Ceará está justamente a depender de um modesto e humilde concorrente. O futebol é mesmo uma caixinha...
Treinador
Técnico do Maranguape, Reginaldo França, teve o mérito de garantir seu time na Série A cearense de 2017. E quando imaginou que tinha concluído sua missão, eis que se depara com a inusitada situação de ver a imensa torcida do Ceará a clamar por vitória do Maranguape sobre o Guarany/S domingo, dia 10, na Precabura. Ganhou os holofotes inesperadamente.
Finalistas. Guarany de Sobral e Guarani de Juazeiro chegaram uma vez à decisão do Campeonato Cearense. Em 2013 o Bugre sobralense decidiu com o Ceará em dois jogos. Houve dois empates. Como o Ceará tivera a melhor campanha, ficou com o título conforme o regulamento da época. O Guarani de Juazeiro disputou a decisão com o Ceará em 2011. O Leão do Mercado formou ali um dos melhores times de sua história. Mas na partida final perdeu para o Vozão por 5 a 0 no PV. Ceará sagrou-se campeão.
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