Quantas vezes, ao longo da história, Fortaleza e Ceará estiverem em campo numa decisão de Campeonato Cearense? Segundo o pesquisador Eugênio Fonseca, foram 36. Fora disso, houve certames que terminaram no tapetão. Houve certame que não foi concluído, mas teve declarado um campeão. No de 1956, o Gentilândia tinha vencido o primeiro turno e já disparara no segundo também. Um imbróglio fez com que o Gentilândia fosse proclamado campeão antecipadamente. O de 1992 proclamou quatro campeões. Daí Eugênio Fonseca ter feito levantamento estatístico das finais entre Ceará e Fortaleza só disputadas em campo, sem decisões judiciais. Hoje tem Ceará x Fortaleza mais uma vez...
Transferência
É antigo, bem antigo, o expediente de, nas grandes decisões, um time transferir para o adversário o favoritismo. É jogar a responsabilidade toda para o concorrente. Rogério Ceni fez isso. Argumentou com números. Chamusca logo cuidou de neutralizar. É um jogo de cintura, de palavras, de espertezas...
Argumento
De outra parte, os alvinegros também fazem a transferência de responsabilidade para o Pici. Dizem: "Num ano de Centenário, a obrigação de ganhar o título está com quem vive o ano solene comemorativo". Explícita criatividade, mas será no campo, na bola correndo, que tudo se definirá.
Aquele abraço!
Diálogo imaginário: "Seu time, Chamusca, é o favorito. Subiu para a Série A. Lidera a Copa do Nordeste. Merece ganhar o Campeonato Cearense este ano", diz Ceni. "Nada disso, Ceni. Quem deve ganhar o Campeonato Cearense é o Fortaleza, já pelos cem anos de existência. Além disso, você, Ceni, como grande ídolo, é que deve ganhar", diz Chamusca.
Faz tempo
O primeiro Ceará x Fortaleza que eu vi foi em 1957, no PV. Faz 61 anos. De lá até hoje deu de tudo. Jamais houve favorito. Bobo quem confia na superioridade técnica de um ou de outro. Esta, não raro, desaparece no calor da disputa onde coração pode valer mais que futebol de qualidade.
Imprevisível
O Ceará tem um grupo com maiores opções. O leque para Chamusca é mais variado. Ceni fica nas limitações de um conjunto com boas alternativas, mas com disponibilidade menor que a do adversário. Isso não quer dizer nada, quando a rivalidade entra em campo com fatores transcendentais. Aí tudo se torna imprevisível.
Recordando
1969. Goleiro Pedrinho, também chamado de Pedronito, na época em que jogava no Calouros do Ar, então time da Série A cearense (primeira divisão cearense). Anos depois, Pedronito foi campeão estadual tanto no Ceará quanto no Fortaleza. Ele hoje mora em Recife. (Álbum de Elcias Ferreira).
Hora de aprontar
Hoje, pela Copa do Brasil, o Ferroviário enfrenta o Atlético-MG no Estádio Independência. O Atlético é o favorito absoluto. Mas as esperanças corais estão na repetição de resultados surpreendentes conquistados pelo Ferrão. O primeiro deles, na Ilha, quando despachou o Sport; o segundo em Goiânia, quando despachou o Vila Nova em pleno Serra Dourada lotado. A Copa do Brasil é a competição das surpresas. Torço para que o Ferroviário apronte mais uma.