Fortaleza enfrenta amanha o eliminado Itapipoca. O Leão pega um Ita sofrido pelo rebaixamento, desmotivado pela pífia campanha, marcado pela desilusão. Pela lógica, um passeio a ser dado pelo tricolor. Tem tudo para ser um treino coletivo, visando a objetivos maiores do Fortaleza. Entretanto, contrariando a lógica das coisas, vem o futebol com as suas impenetráveis situações. O Fortaleza está sob pressão. Fúria de uma torcida que mistura os insucessos da Série C passada com as incertezas do certame estadual presente. E assim passou de Hemerson Maria para Marquinhos Santos uma cobrança hereditária. É o futebol imprevisível dentro e fora de campo. Aí está um jogo que não valia quase, mas, dependendo do resultado, passará a valer paz ou tormento.
Dívida
Ligger e Gastón Filguera estão em dívida para com a torcida. Os erros graves que os dois cometeram e fizeram a festa do atacante Itaitinga, do Tiradentes, têm de ser recompensados com seguras apresentações daqui para frente. Cometer equívoco um vez é normal. Pisar na bola duas vezes é inaceitável. Mais atenção, senhores.
Recado
Considerei muito sensata a colocação feita pelo ala do Fortaleza, Pablo. Ele entende que a cobrança não deve ser direcionada apenas ao treinador e à diretoria. "A cobrança tem que ser também, na mesma medida, em cima dos jogadores", diz ele. Apesar das oscilações, Pablo tem a seu favor maior número de jogos bons. Basta ser um pouco maios regular.
Recordando
1969. Estádio da LDJ em Juazeiro do Norte. Time do Guarani de Juazeiro, campeão da região do Cariri naquele ano. A partir da esquerda (em pé): Orlando, Marquez, Vavá, Duda, Zé Maria, Edson, Melo e Mormaço (treinador). Na mesma ordem (agachados): Grilo, Zé Meu, Dequinha, Chico Curto e Zé Maria. No ano seguinte, houve a inauguração do Estádio Mauro Sampaio, o Romeirão. (Foto enviada por Wilton Bezerra).
Técnico
A mais impressionante reação no atual Campeonato Cearense está mesmo com o Horizonte, desde que Leandro Campos assumiu. Observem o detalhe mais incrível: basicamente com o mesmo grupo. Não fez contratações. De time perdedor a contumaz ganhador com a magia de um técnico que transformou águia em vinho.
Duas chances
Poucos treinadores têm oportunidade dupla num mesmo campeonato. Caso de Vladimir de Jesus. Saiu do Uniclinic, mas logo assumiu o Ferroviário. E aí está pronto para disputar a segunda etapa do certame. E, pelo visto, com chance de pensar no título. Mata-mata é modelo imprevisível, independente de quem seja o adversário.