Tom Barros: Horizonte Absoluto

Há coisas inexplicáveis no futebol. O Horizonte, de início perdedor, soube se impor diante do Fortaleza. E se impôs com a soberania de quem se sentia superior mesmo. Assim, foi melhor com Felipe Marques, César Sampaio, Robert, Berg e Isac. Apoiou pelos lados, criou situações de gol, sem esquecer de bloquear e dificultar as ações do Fortaleza. Fez 1 a 0 com Isac. No Leão, poucas chances. Uma delas com Rodrigo Andrade, após receber passe de Gabriel. O comportamento do Fortaleza como time grande foi irreconhecível. Em nenhum momento assumiu as ações, exceto já no fim quando o Horizonte deu sinais de cansaço. Aí, um lance de gol que Gabriel Pereira mandou na trave. O Fortaleza ficou devendo. O Horizonte ganhou com méritos. E poderia ter feito até um placar maior.

O passe

Uma das coisas que mais aprecio é o passe preciso, principalmente o de longa distância. Daí o mérito para a maneira como Berg descobriu Isac entrando pelo meio. Berg executou o passe com a categoria dos grandes mestres. E colocou Isac no ponto para marcar. Daí ficou fácil para o atacante assinalar Horizonte 1 a 0. Berg jogou muito.

Destaques

Filipe Marques foi o nome do jogo no Domingão. Seu trabalho incansável na meia-cancha garantiu a superioridade no setor. Outros destaques foram César Sampaio e os alas Robert (este quase na mesma condição de Filipe) e Berg. Ótimo para Leandro Campos que estreou com vitória, aliviando a crise no Horizonte.

Recordando

Década de 1950. Desfile antes do Torneio Início tão em voga na época. Envolvia todos os times no mesmo dia em jogos de meia hora. Se empate, decisão nos pênaltis. Na foto, desfile do Fortaleza. Fila à esquerda: goleiro Hélio seguido de Renato; fila do meio: Moésio Gomes com a bandeira, seguido de Ninoso e Charuto. Na fila à direita, o goleiro Aloísio II seguido de Sapenha. (Foto integrante do álbum do ex-goleiro Hélio).

Domínio total

Na fase primeira o Ceará engoliu o Guarany. Desde o início abafou o visitante. Impôs-se. Tontini assumiu o controle. Lucas, Douglas e Alex o seguiram. Cametá apoiou pela direita. Guarany ficou na postura fechada, aceitando o adversário. O gols de Rafael Pereira e Lucas (2 x 0) foram consequência da superioridade.

Fase final

O gol de Luís Carlos, logo no início, assustou o alvinegro. Mas ficou nisso. Em nenhum momento o Guarany soube tirar proveito da superioridade numérica que teve desde os 21 minutos do primeiro tempo. As modificações feitas por Júnior Cearense, no caso William, Emerson e Wandeley, não produziram o que ele esperava.

Erro

Richardson vacilou ao reclamar do árbitro e tomar o amarelo. Depois, pela entrada violenta que deu, quando já estava com amarelo. Mas cabe uma observação: o árbitro Léo Simão errou ao não aplicar cartão amarelo no jogador do Guarany, China, autor da falta violenta que resultou na reclamação de Richardson. Aí o erro de Simão que prejudicou o Ceará.

Observações. Não entendi a substituição de Felipe Tontoni que comandara o Ceará no primeiro tempo. Até pensei que ele pedira para sair. Não pediu. /// No gol do Guarany, marcado por Luís Carlos, vacilo de Sandro e Rafael Pereira que juntos estavam no lance. /// Brava a luta de Rafael Costa contra o jejum. Parece que há uma barreira invisível, amaldiçoada, entre a trave e o jogador. Mas acho importante a persistência dele. /// Estreia de Nathan. Pouco tempo em campo. Avaliação fica para a próxima.