Tom Barros: Força e velocidade

Quem, como eu, teve a felicidade de ver o futebol encantador da era Pelé/Garrincha, torna-se exigente quando das comparações com o futebol que hoje se pratica. Saudosismo? Pode ser. E decorrente de uma verdade verdadeira, que salta aos olhos à primeira vista: hoje a arte pouco comparece aos gramados do mundo. Resume-se a um caso isolado, aqui, ali. Na atual Eurocopa, que tenho visto, há correria, velocidade e força física. Jogadores que, no desempenho, são tão rápidos quanto cavalos na reta final das disputas no Jockey Club. Sei que há os admiradores desse tipo de jogo. E respeito os que assim se posicionam. Mas meu coração não aceita. É refratário. Os estádios estão bonitos, bem cuidados. Os cenários são belos. O futebol, não. Exceto em raros lampejos.

A arte

Quem viu o futebol do Cruzeiro de Piazza, Dirceu Lopes, Zé Carlos e Tostão não pode quedar-se de encanto pelo que vê na Eurocopa. Quem viu o futebol de Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes e Lico no Flamengo (e olhem que torço pelo Vasco) não pode quedar-se de encanto pelo que vê hoje na Eurocopa. Não dá.

O sumiço

Quem viu o Santos de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe não pode aceitar o que hoje se pratica. Quem viu a Holanda de Cruyff, Neeskens, Rep, Krol e Resenbrink, não pode aceitar o que hoje se pratica. Quem viu Clodoaldo, Jair, Gerson, Pelé, Tostão e Rivelino, não pode aceitar o que hoje se pratica. A arte sumiu dos estádios.

Recordando

Encontro em Quixadá. A partir da esquerda: o ex-goleiro Val Tavares e o ex-atacante e ídolo coral, Pacoti. Detalhes: Val, na década de 1980, atuou no Quixadá e no Icasa. Hoje é professor e comentarista esportivo. Pacoti começou no Bangu de Quixadá. Na década de 1950, veio para o Nacional. Brilhou no Ferroviário, Seleção Cearense, Sport/PE, Vasco da Gama do Rio e no Sporting Lisboa. Hoje, aposentado, mora em Fortaleza.

Retomada

O Fortaleza não tem mais a melhor campanha da Série C. Agora a melhor campanha isolada está com o Guarani/SP, no Grupo B, com 13 pontos, quatro vitórias e um empate. A retomada tricolor somente será possível se rápido acontecer o reencontro do futebol criativo e eficiente da época de Dudu e Jean Mota. Sem isso, demorará.

Notas & notas

O Uniclinic, com 100% de aproveitamento, começa a confirmar na Série D a força que teve no Campeonato Cearense. Maurílio Silva e Jurandir Júnior seguem realizando convincente trabalho. /// Os times de Juazeiro, Icasa e Guarani, pagam o alto preço da falta de uma melhor preparação. Daí os insucessos e falta de perspectivas.

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