Tom Barros: Expectativa e apreensão

Ceará e Fortaleza pegam fim de semana de muita cobrança. A falta de vitórias do alvinegro e a oscilação absurda do tricolor suscitaram dúvidas quanto ao futuro de ambos. O medo e a insegurança são fatores decorrentes dos recentes insucessos. Há momentos em que jogam bem, bonito e vencem. Há momentos em que parecem brumas na noite, tudo tão turvo, sem clareza, sem definição. Alguns entendem que num campeonato de longa duração isso é normal. Nenhum time é capaz de se manter no topo e jogando bem o ano todo, o tempo inteiro. As baixas, os desgastes e o cansaço acontecem. Quem passar por isso num menor grau certamente superará melhor as normais variações. É o que Fortaleza e Ceará terão de fazer nesta decisiva etapa.

Nas mãos

O Fortaleza tem a vantagem de depender apenas de si para garantir-se no G-4. Dos três confrontos que lhe restam, dois são com times do G-4: Botafogo e Remo. Portanto, tem como se resolver nos confrontos diretos. Não estou me referindo ao primeiro lugar do grupo, mas a uma vaga entre o quatro classificados, que é o que interessa.

Nem sempre

A questão da vantagem de ser o primeiro do grupo na Série C é discutível. Todas as vezes em que foi ao mata-mata como primeiro do grupo, o Fortaleza acabou eliminado dentro do Castelão. A vantagem de decidir em casa nada valeu. Portanto, uma experiência de decidir fora de casa até poderia ser uma boa. Mote para reflexão.

Recordando

1988. Castelão. A partir da esquerda: repórter Ivan Bezerra, ? , e o famoso Luisinho das Arábias, então atacante do Ferroviário. Ivan Bezerra continua aqui no Diário do Nordeste. Luisinho das Arábias (Luís Alberto Duarte dos Santos) morreu muito moço, aos 32 anos de idade, vítima de infarto, no dia 8 de maio de 1989, em Belém/PE. Ele foi campeão cearense pelo Fortaleza em 1983 e artilheiro da competição. (Álbum de Elcias Ferreira).

Brutal diferença

A falta de vitórias do Ceará tem de terminar amanhã diante do Avaí. É uma necessidade. A diferença de pontuação com vitória faz a diferença. Se o Vozão seguir só no empate, os demais clubes rápido encostarão. É lógico. Quem ganha conquista num único jogo o que o Ceará só nos empates conquistará em três. Brutal diferença.

Adversário

O Ceará pega um Avaí, que ainda tenta se ajustar na Série B. No dia 20 de agosto demitiu Silas Pereira (ex-Ceará). No dia 24 de agosto contratou o técnico Claudinei Oliveira, que estreou com vitória (2 x 1) sobre a Luverdense. No Avaí está o atacante William que em 2015 esteve no Ceará. O Avaí é o 11º colocado. Boa chance de vitória do Vozão.

Reabilitação

Durante bom tempo Rafael Costa e Bill formaram a melhor dupla de ataque do Ceará. Rafael era festejado pela torcida. Depois entrou numa crise bem conhecida dos artilheiros: jejum de gols. Isso o afetou de tal forma que a fase ruim já dura bastante tempo. Apesar das críticas da torcida, defendo apoio ao jogador Rafael para tentar reabilitá-lo. Com vaia não se reabilita ninguém.

Conciliador. Tite venceu na sua estreia pela seleção brasileira principal. Ganhou do Equador em Quito. Quebrou tabu. Substituiu o ar raivoso de Dunga pelo tom conciliador de um sacerdote. Gestos de humildade e simplicidade ao cumprimentar, um a um, todos os suplentes que estavam no banco. Colheu os primeiros frutos de um Neymar mais voluntarioso que nos tempos de Dunga. E assim Tite modela um Brasil novo. Só nos próximos jogos será possível dimensionar melhor o tamanho desse novo Brasil.

Acompanhe os comentários em http://bit.ly/tombarros-tvdn