Quem de sã consciência viu a vitória do Ceará sobre o CRB sabe que a goleada imposta o não traduziu a realidade do jogo. O time alagoano, na maior parte, manteve a situação sob seu controle. Gerou os mais iminentes instantes de gol, mas esbarrou numa muralha que se mostrou intransponível: Everson. Síntese da ópera: O CRB jogou, o Ceará fez os gols. O futebol tem episódios que clamam por justiça. No Rei Pelé o CRB foi injustiçado. No Rei Pelé o Ceará foi bafejado ora pela sorte (bola na trave), ora pela competência do guardião. Um presente que começou com o gol contra de Diego Jussani e terminou com as erradas substituições de Gerson Magrão, Dakson e Neto Baiano. Aí, já na reta final, o Ceará se estabeleceu. A vitória foi importante, mas, quanto à produção, o placar foi enganador.
Tateando
O técnico Sérgio Soares tem encontrado dificuldades na armação de uma meia cancha lúcida e eficiente. Richardson é o melhor. Marino ainda me parece em busca de sua posição. Não foi bem em Maceió. Baraka entrou melhor. Felipe precisa ser mais constante. É neste setor onde reside certamente a maior preocupação do treinador.
Parceiro
Observo também um Rafael Costa como quem está atônito, sozinho, perdido no meio da multidão. Quando Sérgio Soares esteve aqui na primeira passagem, ele contava com Mota e Sérgio Alves na frente. Agora me parece ainda a estudar quem será o parceiro para Rafael. Isso também há gerado incertezas.
Justa comemoração
As ruas da cidade foram ornamentadas pela carreata do Fortaleza, no sábado, em comemoração ao bicampeonato cearense (2015/2016). Oportuna confraternização em vista do êxito do time em duas frentes: certame estadual e Copa do Brasil. As duas seguidas vitórias sobre o Flamengo foram o corolário da supremacia tricolor no momento. Tudo traduzido nas faixas, carros, motos, bicicletas, bandeiras, camisas, sorrisos, fogos, festa...
Portões fechados
Que castigo! Na hora em que o Fortaleza alcançou seu melhor estágio, na hora em que bateu duas vezes no time de maior torcida do Brasil, na hora que seria do reencontro para o aplauso de pé da torcida inteira, eis que os portões do estádio se fecham. A grande massa paga pelos grupelhos que promovem a violência. Até quando, amigos!
Objetivo
Começa o Leão sua jornada na competição que agora é prioridade: a Série C. Oportuna pregação de Marquinhos Santos contra a euforia gerada pelos êxitos diante do Flamengo/RJ. Ele quer separar as coisas. Está certo. Nada de menosprezar o River, que já foi derrotado pelo Leão duas vezes este ano pela Copa do Nordeste. Cada jogo tem sua história.
Goleiro ungido
Everson, do Ceará. Abençoado, protegido por todos os santos. Um goleiro só, mas parecia auxiliado por outros goleiros invisíveis em toda a extensão da meta. Cinco defesas excepcionais, mas uma delas a mais espetacular, aplaudida, elogiada. Aquela em que ele foi buscar a bola junto ao poste esquerdo. Mergulho, reflexo, precisão. Ninguém brilhou mais que ele.
Calvário. Pelo sétimo ano o Fortaleza na Série C. Em 2010, eliminado pelo Águia em Marabá. Em 2011, o mais dramático momento: só no último jogo escapou do rebaixamento para a " D", ao ganhar do CRB (4 a 0) no PV. Em 2012, mata-mata, o Fortaleza foi eliminado pelo Oeste no PV. Em 2013, num Castelão superlotado, foi eliminado pelo Sampaio Corrêa. Em 2014, mata-mata, no Castelão, eliminado pelo Macaé. Em 2015, mata-mata, eliminado pelo Brasil no Castelão. Chegou a hora da volta por cima.