Tom Barros: Enxergar na escuridão

A vida é uma repetição de fatos. Anteontem, ao ouvir o narrador Dênis Medeiros e o repórter André Ribeiro explicando pela Verdinha a expectativa sobre a volta da energia elétrica para que tivesse início o jogo Ferroviário x Vitória, eu me vi no na década de 1960. É que, antes da chegada da energia de Paulo Afonso a Fortaleza, o município vivia o drama de apagões constantes, pois a Usina do Mucuripe vivia em pane. Não raro os jogos eram interrompidos pela falta de energia. Eu estava em início de carreira. Assim, obrigado pelas circunstâncias, tive de aprender a improvisar, pois a espera durava horas. A escuridão também é um aprendizado. Enxergar no breu exige maior acuidade visual. Ao retorno da luz, a festa. Repetição de atos.

Jeitinho

A rodada de ontem pelo Campeonato Cearense aconteceu mediante feio remendo no obrigatório intervalo das 66 Horas. Decisão capenga, bem ao jeitinho brasileiro de resolver as coisas. Daí a diferença entre os rigores do correto futebol europeu e as brechas aqui abertas pelas conhecidas conveniências.

Motivo

O "jeitinho" agora aceito pode ser porta de entrada para outras facilitações futuras e indevidas. Um risco que deve ser rechaçado nas próximas ocasiões. De cedência em cedência, daqui a pouco o interesse dos dirigentes sepultará o direito dos atletas. Estes devem estar vigilantes. É questão de saúde, gente.

Recordando

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1966. O "estadual" era aberto com um "Torneio Início". Os times se enfrentavam em jogos de meia hora. Se empate, decisão nos pênaltis. Era uma festa. Antes havia o desfile dos clubes. Na foto, o desfile do Ceará, tendo à frente os goleiros Romualdo, Newton Albuquerque (irmão do ex-árbitro Dacildo Mourão) e Gilson.

Lição

No próximo ano, quando da elaboração da tabela do Campeonato Cearense, seria interessante mais atenção, visando a evitar o conflito de datas nas s competições. Há algo tão absurdo, que, coisa recente, houve dois domingos sem jogos de times cearenses. E faltaram datas. Dá para compreender?

Respeito

Os atletas de futebol são submetidos a esforços máximos nas competições de alta performance. Após ditos esforços, a recuperação exige tempo mínimo que deve ser observado. Se assim não for, as consequências negativas podem não vir de imediato, mas certamente num futuro próximo acontecerão.

Coerência

Não vejo nada demais o Fortaleza trazer novamente arbitragem de fora. É natural. O presidente tricolor, Marcelo Paz, explicou. Não se trata de desrespeito ao quadro local. Nada disso. Entende que é mais conveniente vir trio de fora porque isento das naturais pressões sofridas pelos árbitros de casa. E só.

Amistoso

O Brasil enfrentará a Rússia hoje, às 13hs (de Brasília) no Estádio Lujniki em Moscou. De 1994 a 2013, cinco jogos, três vitórias do Brasil (inclusive 2 a 0 pela Copa do Mundo de 1994) e dois empates. Antes, a Rússia fazia parte da União Soviética (URSS). Assim, de 1958 a 1988, nove jogos, cinco vitórias do Brasil, três da União Soviética, um empate. Na vitória do Brasil (2 x 0) sobre a União Soviética na Copa de 1958 na Suécia, houve a estreia de Garrincha e Pelé numa Copa. (Dados de Airton Fontenele).