Tom Barros: Dura realidade alvinegra

A cada empate do Ceará, estreita-se a margem na qual o time poderá trabalhar, visando à sua plena recuperação. Hoje, diante do Luverdense, no Castelão, não há mais como seguir no jejum de vitórias. Virou marco definitivo do processo de retomada. Agora ou nunca. Sim, a frase é surrada, batida, mas tão atual, tão presente, no momento alvinegro. É agora ou nunca. "It's now or never". A razão é simples: o Ceará está conseguindo em três partidas o que os vitoriosos conseguem no só jogo: três pontos. Então não dá mais para seguir empatando. Numa projeção fica bem claro que os de trás vão chegando e passando - caso concreto do Bahia - e os da frente vão ficando mais distantes. Empate ou derrota diante Luverdense será um adeus às ilusões. E um mergulho sofrido na dura realidade.

Retórica

Quando a margem vai ficando mais estreita nem a boa retórica do treinador Sérgio Soares, com sua voz grave, oferece explicações convincentes. O discurso fora da realidade perde força porque vira palavras sem resultado. E o torcedor, até mesmo o menos entendedor de futebol, vê logo que uma coisa não está batendo com a outra. Sopro. Puro sopro.

Resultado

Hoje, a única retórica que subsistirá no Vozão independente do tom, se com voz grave ou aguda, suave ou gasguita, áspera ou aveludada, será a vitória. Fora isso, melhor silenciar. Não o silêncio de quem cala consente. Mas o humilde silêncio de quem reconhece a impotência diante dos fatos adversos. O silêncio, às vezes, também fala.

Recordando

16 de setembro de 2006. Assim se passaram dez anos... Estádio Jaime Cintra em Jundiaí. Jogo Paulista x Ceará, Série B nacional. Na foto batida por Gustavo de Tilio, o meia do Ceará, Adrianinho, organiza um ataque do Vozão. Hoje Adriano Laaber, com 36 anos de idade, está no Fort Lauderdale Strikers, dos Estados Unidos. Seus melhores momentos foram no Corinthians em 2004 e no Flamengo em 2005.

Superação

Antes mesmo do mata-mata, o Fortaleza sofreu o abalo desta brusca mudança de treinador. Agora vem a pergunta: até que ponto isso pode influir na delicada decisão que se aproxima? É difícil responder. Mas, às vezes, situação emergencial assim, por mais paradoxal que pareça, leva o grupo a uma superação maior.

Desafio

Em 2014 Hemerson Maria subiu o Joinville para a Série A de 2015. Portanto, esteve à frente de um desafio ainda maior. E venceu. Traz, portanto, a aura de vencedor, que é justamente o que o Fortaleza precisa. Claro que pouco tempo terá para a interação com o grupo. Mas é exatamente em momentos assim que o líder mais se revela.

Rapidez

Está de parabéns o presidente Jorge Mota pela agilidade que teve na contratação do novo técnico do Leão. Em nenhum instante passou ao grupo hesitações. Foi firme na transição e logo passou aos jogadores a imediata solução do problema. Sem tempo para lamúrias, cuidou de anunciar o nome de Hemerson Maria como novo comandante.

Dentro de campo. Como Hemerson Maria terá pouco tempo para adotar sua filosofia de trabalho ao grupo, correto será a troca de informações e experiências para estabelecer o que será melhor para Fortaleza nestas duas partidas definidoras. E nesta permuta de opiniões, o estabelecimento de um líder dentro de campo, que, conhecendo melhor as reações dos companheiros, passe a indicar os melhores caminhos no transcorrer das partidas. O nome ideal, na minha visão, será Corrêa.

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