As apreensões iniciais ganharam corpo. Hoje não são simples apreensões decorrentes de oscilações passageiras. São preocupações reais, profundas, decorrentes de uma interminável sequência de insucessos, já com oito jogos sem vencer. A derrota para o lanterna Sampaio Corrêa apenas confirmou o que todos estavam vendo a olhos nus: decididamente o Ceará perdeu o rumo. Nada mais resta do time combativo, definido na proposta e preciso na execução. Da campanha vitoriosa da primeira volta, na qual chegou a ocupar embora temporariamente liderança, restou apenas a boa pontuação que ainda o permite sonhar com a retomada. A boa produção em campo evaporou-se, sem que haja uma explicação plausível. Restou a caricatura. Restou a frustração.
Recuperação
Ainda há tempo, sim. O Ceará tem o mesmo número de pontos do último do G-4, o CRB, ou seja, 38 pontos. Como faltam treze rodadas (39 pontos em disputa), há amplas condições de o time se recompor. Mas o processo de reencontro terá que ser imediato. Se demorar muito, poderá ser irreversível. Sorte é que os concorrentes também estão vacilando.
Presidente
Conversei com Robinson de Castro. Ele entende que, apesar das pressões, não é hora de mudar de treinador. Também penso assim. Dá para esperar um pouco mais. O elenco é o mesmo que brilhou na primeira volta. O pagamento está em dia. Não há divergências entre os atletas. Mas, se os resultados bons não vierem logo, a coisa mudará de configuração.
Recordando
1973. Time do Tiradentes. A partir da esquerda: Wilter, Zé Branco, Edilberto, Luís Francisco e Careca. Na década de 1970, o Tiradentes formava equipes competitivas, encarando mesmo os chamados três grandes da capital: Ferroviário, Ceará e Fortaleza. O meia Luís Francisco, por exemplo, tinha muito talento. Zé Branco também teve boa temporada no Fortaleza e no Ceará. (Colaboração de Elcias Ferreira)
Time alternativo
O limpar cartões deixou o Fortaleza bem desfalcado para o jogo diante do Botafogo. Em compensação, vai sem a pressão pela vaga, pois esta já está garantida. Certamente isso deixará o time alternativo mais à vontade e, por isso mesmo, capaz até de se soltar bem. Quem sabe possa até surpreender o Belo em sua própria casa.
Lançamento
"O uniforme do Fortaleza narra a história do time. Faz parte de momentos marcantes que estão na memória do torcedor". Hoje, às 20 hs, no Marina Hotel, será lançado o terceiro uniforme do Leão. E com uma vantagem: pela primeira vez será produzido pelo próprio clube. Para o torcedor, creio, vestir o novo manto será um orgulho.
Quem é quem
Nas grandes decisões é que se sabe quem tem força mental para suportar com serenidade as cobranças de toda ordem. Ser frio é fundamental em jogos decisivos. O artilheiro Anselmo já mostrou em outras ocasiões que está preparado para desafios maiores. Taí a grande oportunidade de consagrar-se na história do clube.
Notas & notas. Há 69 anos (15 de setembro de 1947), a convite do inesquecível jornalista Blanchard Girão, o pesquisador Airton Fontenele iniciava sua participação na imprensa. Na ocasião, Airton escreveu a crônica "O Brasil Precisa de Estádios", engajado na campanha para a construção do Maracanã. No mesmo artigo também comentou a rodada carioca, especialmente o clássico Vasco 2 x1 Flamengo. Airton é colaborador do Diário do Nordeste desde 1982 e também assíduo colaborador desta coluna.