Tom Barros: Dura realidade alvinegra

As apreensões iniciais ganharam corpo. Hoje não são simples apreensões decorrentes de oscilações passageiras. São preocupações reais, profundas, decorrentes de uma interminável sequência de insucessos, já com oito jogos sem vencer. A derrota para o lanterna Sampaio Corrêa apenas confirmou o que todos estavam vendo a olhos nus: decididamente o Ceará perdeu o rumo. Nada mais resta do time combativo, definido na proposta e preciso na execução. Da campanha vitoriosa da primeira volta, na qual chegou a ocupar embora temporariamente liderança, restou apenas a boa pontuação que ainda o permite sonhar com a retomada. A boa produção em campo evaporou-se, sem que haja uma explicação plausível. Restou a caricatura. Restou a frustração.

Recuperação

Ainda há tempo, sim. O Ceará tem o mesmo número de pontos do último do G-4, o CRB, ou seja, 38 pontos. Como faltam treze rodadas (39 pontos em disputa), há amplas condições de o time se recompor. Mas o processo de reencontro terá que ser imediato. Se demorar muito, poderá ser irreversível. Sorte é que os concorrentes também estão vacilando.

Presidente

Conversei com Robinson de Castro. Ele entende que, apesar das pressões, não é hora de mudar de treinador. Também penso assim. Dá para esperar um pouco mais. O elenco é o mesmo que brilhou na primeira volta. O pagamento está em dia. Não há divergências entre os atletas. Mas, se os resultados bons não vierem logo, a coisa mudará de configuração.

Recordando

1973. Time do Tiradentes. A partir da esquerda: Wilter, Zé Branco, Edilberto, Luís Francisco e Careca. Na década de 1970, o Tiradentes formava equipes competitivas, encarando mesmo os chamados três grandes da capital: Ferroviário, Ceará e Fortaleza. O meia Luís Francisco, por exemplo, tinha muito talento. Zé Branco também teve boa temporada no Fortaleza e no Ceará. (Colaboração de Elcias Ferreira)

Time alternativo

O limpar cartões deixou o Fortaleza bem desfalcado para o jogo diante do Botafogo. Em compensação, vai sem a pressão pela vaga, pois esta já está garantida. Certamente isso deixará o time alternativo mais à vontade e, por isso mesmo, capaz até de se soltar bem. Quem sabe possa até surpreender o Belo em sua própria casa.

Lançamento

"O uniforme do Fortaleza narra a história do time. Faz parte de momentos marcantes que estão na memória do torcedor". Hoje, às 20 hs, no Marina Hotel, será lançado o terceiro uniforme do Leão. E com uma vantagem: pela primeira vez será produzido pelo próprio clube. Para o torcedor, creio, vestir o novo manto será um orgulho.

Quem é quem

Nas grandes decisões é que se sabe quem tem força mental para suportar com serenidade as cobranças de toda ordem. Ser frio é fundamental em jogos decisivos. O artilheiro Anselmo já mostrou em outras ocasiões que está preparado para desafios maiores. Taí a grande oportunidade de consagrar-se na história do clube.

Notas & notas. Há 69 anos (15 de setembro de 1947), a convite do inesquecível jornalista Blanchard Girão, o pesquisador Airton Fontenele iniciava sua participação na imprensa. Na ocasião, Airton escreveu a crônica "O Brasil Precisa de Estádios", engajado na campanha para a construção do Maracanã. No mesmo artigo também comentou a rodada carioca, especialmente o clássico Vasco 2 x1 Flamengo. Airton é colaborador do Diário do Nordeste desde 1982 e também assíduo colaborador desta coluna.