Tom Barros: Dupla missão

Antonio Carlos Zago, técnico de futebol. Em três jogos, a primeira missão, ou seja, garantir a classificação para a fase seguinte. Depois a missão mais complexa: subir o time para a Série B no mata-mata. Quando aqui esteve com o Juventude, decidindo a vaga com o próprio Fortaleza, Zago lembrou que a pressão estava toda em cima do Fortaleza e que o Juventude poderia tirar disso o melhor proveito. E tirou mesmo. Montou o Juventude atrás, frio e calculista. Conseguiu a classificação. Agora Zago vem para o lado de cá. Terá de conviver com a pressão. Assume a responsabilidade de fazer no Fortaleza o que fez no Juventude: um time que, apesar das limitações, superou uma equipe melhor e ficou com a vaga.

Relacionamento

Saída de treinador remete a uma pergunta: ruim o comandante ou os comandados? Taí pergunta de difícil resposta. Muitas vezes o relacionamento estourado entre o técnico e os atletas compromete a produção, embora ambos possam ter boas qualidades. Não sei até que ponto isso estava acontecendo no Leão.

Sacudida

Por motivos óbvios a chegada de um novo técnico costuma sacudir o grupo. Não tenho dúvida do potencial de Boeck, Felipe, Mancha, Adalberto, Bruno Melo, Pablo, Adenilson e Everton, que provaram isso em jornadas passadas. Então, qual a razão do entrave? Pergunta que Zago terá de responder.

Recordando

s3

Década de 1960. Rara foto do saudoso e querido Dorian Sampaio, jornalista e parlamentar de notável valor, com quem trabalhei na Rede Tupi de Televisão. A partir da esquerda, no plano da frente, o garoto Dorian Filho e Dorian pai no famoso Flórida Bar, do Sá Filho, Rua do Rosário, nº 38, Centro. Sá Filho foi ídolo no Ceará. Bota saudade nisso.

Inexplicável

Há no futebol situações de difícil compreensão. Ainda hoje não dá para entender o fracasso do Ceará em Varginha. Deu um embotamento tal que paralisou a inteligência do time, anestesiou a meia-cancha e travou as ações no ataque. Síntese: não foi o Ceará que antes disso era só esperança.

Resposta

O técnico Marcelo Chamusca certamente analisou bastante os motivos que levaram o Ceará a tamanha decepção. E talvez volte a ver no banco de reservas alguns que estavam como que defenestrados. Pode ser que redescubra o Ricardinho. Pode ser que veja a hora de reabilitar Magno Alves.

Reabilitação

Não é pelo jejum de gols que se pode descartar de vez um jogador da qualidade de Magno Alves. Compreensível um banco, uma reserva, visando à sua retomada, mas jamais o descarte definitivo como material não reciclável. Tudo isso tem que ser levado em canta, após a goleada sofrida em Varginha.

Os "eleitos". No Campeonato Brasileiro, que é de longa duração, sábio o treinador que dá importância a todo o grupo. Há os que erroneamente concentram atenções apenas nos que estão no time principal. Isso é um erro grave. É no elenco como um todo que o treinador deve mirar. Quando menos espera, por problemas de cartões ou contusões, ele terá de buscar entre os "renegados" a salvação de sua equipe. Não deve, pois, haver diferença de tratamento entre os "eleitos" e os "renegados".