A apertada vitória do Ceará poderia ter sido menos sofrida. Acontece que, mais uma vez, o Vozão foi dominador numa única etapa, a primeira. A segunda, se não foi um apagão total, transcorreu à luz de lamparina. O Ceará tomou a iniciativa logo nos primeiros minutos, mas poucas as chances reais. Na melhor delas, uma bomba de Elton soou como recado. Pouco depois houve o gol de Lima (1 x 0), que recebeu generoso presente de Jefferson e Ávila. Lelê teve chance de ampliar, mas perdeu. Na fase final, a queda de produção alvinegra. Aí o Náutico tomou gosto. Gilmar desperdiçou grande chance. E Giovanni perdeu um pênalti. A entrada de Cafu, Rafael Carioca e Arthur não surtiu efeito. Dois tempos bem distintos.
Observações
No gol de Lima (Ceará 1 a 0), a lambança do goleiro Jefferson e do lateral Ávila do Náutico em dupla falha ridícula. No lance do pênalti que Everson pegou, a ridícula falha dupla de Pedro Ken e Luís Otávio. No detalhe, Ken entregou e Luís não conseguiu deter Gilmar. A salvação foi Everson. Mais uma vez ele.
Dimensão
Amanhã, pela produção do Fortaleza diante do vice-líder CSA, já será possível formar um juízo sobre as condições do time para encarar a fase seguinte. Nesta, nem sempre o melhor se estabelece. Oeste, Macaé, Brasil/RS e Juventude eram inferiores ao Fortaleza, mas passaram. O Leão, mesmo sendo melhor, não passou.
O Bel nos bastidores
A curiosidade dos telespectadores é grande quando se trata de saber como é nos bastidores o irreverente Belmino. Juscelino Ramos conferiu no estúdio. A partir da esquerda: Belmino, Tom, Juscelino Ramos e Wilton Bezerra. Juscelino é pai do comentarista da TV Verdes Mares, Juscelino Filho. Viu ao vivo que o Bel é aquilo e mais alguma coisa.
Teoria
Um novo Fortaleza, embora com o mesmo elenco. Um novo olhar, embora a conjuntura seja a mesma. Muda o discurso. Da oratória de Bonamigo para a oratória de Antonio Carlos Zago. Vem o modelo do que chega, mas fica sempre alguma coisa do técnico que saiu. Teorias diferentes de técnicos diferentes.
Prática
Quando chega um novo treinador, o processo de adaptação não é imediato. Há o período de transição. O time pode até melhorar nos primeiros jogos, já pelo entusiasmo, mas a assimilação total da nova proposta demanda um pouco mais de tempo. Entre a teoria e a prática um espaço para a automação.
Recordando
1971. Epanor Victor fez o gol do título do Ceará campeão cearense do ano. O Ceará jogava pelo empate. O Fortaleza ganhava por 2 a 1. Aí, na cobrança de falta, no último minuto do jogo, Victor empatou e garantiu o título. Hoje mora no Rio. Casado com Maria Lucia, tem três filhos, Pedro, Aline e João Victor.
Notas & notas. Sexta-feira próxima, 1º de setembro, às 20 hs, na Igreja da Piedade, lançamento do livro Memórias do Tio Júnior, escrito por Clóvis Junior. Há interessantes detalhes sobre a TV Ceará Canal 2 da Rede Tupi. /// O atacante do Remo, Pimentinha, é destaque na Série B pelos dribles sensacionais. Hoje drible é coisa rara. /// Inversão: Ademir Fonseca, o Fogueteiro, rei do Acesso que passou só uma semana no Fortaleza, hoje é técnico do Botafogo/PB. Mas, no lugar do acesso, luta contra o rebaixamento.