Tom Barros: Destinos dos tricolores

Ferroviário. Fortaleza. Só um seguirá. Hoje, a despedida de um deles. Encontro assim foi algo inimaginável no início do ano. O Fortaleza ingressou no certame como favorito. Aliás, dois os favoritos para a grande final: Fortaleza e Ceará. O Ferrão estava fora da lista. Voltas da vida. O time coral, que sequer tinha certeza de sua presença no estadual, hoje desfruta da vantagem de um simples empate para ganhar a vaga na decisão. Reviravolta coral: em três jogos com o Leão, empatou o da fase classificatória (2 x 2), ganhou o primeira da semifinal (2 x 0) e empatou o segundo (1 x 1). Hoje o da definição. As condições, por motivos óbvios, são mais favoráveis ao Ferroviário. Mas há um histórico de resultados inacreditáveis conseguidos pelo Fortaleza. Reside nisso a última esperança do Leão.

O mistério

Diante de tanta pressão, o Fortaleza escondeu-se. Em torno do grupo, o mistério de treinos isolados. Mistério da escalação. Mistério do futebol a ser apresentado. Certamente uma surpresa está sendo preparada pelo técnico Marquinhos Santos e seus comandados. Assim ele tentará alcançar o que não conseguiu até agora: ganhar do Ferroviário.

Questão

O expediente de esconder-se é válido? Opiniões variam. Respeito muito a opinião dos técnicos. Se um entende que é melhor assim. Que assim seja. Há quem diga que isso gera efeito psicológico positivo. Então o Ferroviário, sem referência sobre como virá o Fortaleza, teria dificuldades na elaboração da estratégia final. Elucubrações.

Conhecimento

O grupo do Fortaleza está aí desde o começo do certame. Elenco conhecido. Seus valores principais também. O técnico coral, Vladimir, o acompanha desde quando Emerson Maria era o treinador. Vladimir já estudou que alternativas Marquinhos terá à disposição. Mas pode ser que Marquinhos Santos tenha uma carta na manga...

Luzes

Como faltam poucas horas para o espetáculo, só nos resta esperar. Quando acenderem as luzes da ribalta e os artistas entrarem em cena, aí será possível tomar conhecimento do novo enredo que Marquinhos Santos preparou. Pelo menos no aspecto curiosidade, o mistério do Fortaleza mexe até com sua própria torcida.

Sem repetição

De certo, modo procede o argumento usado pelo técnico Marquinhos Santos para justificar a falta de melhor conjunto do Leão. Ele alega não ter conseguido uma vez sequer repetir a formação do Fortaleza. É verdade. Mas agora nenhuma consistência terá alegação assim. Terá de ir com os recursos humanos disponíveis. Não caberá outro pretexto qualquer.

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Jogadores de decisão. Pelo Ferroviário, Erandir e Mota, que já participaram de grandes decisões nacionais. Mota, inclusive de grandes decisões internacionais. Assisinho também tem no currículo importantes decisões locais. Pelo Fortaleza, Anderson Uchoa, dos tempos de Cruzeiro/MG; Rodrigo Mancha, dos tempos do Coritiba e Santos; Rodrigo Andrade, dos tempos de Flamengo/RJ; Marcelo Boeck, dos tempos do Internacional/RS e Sporting de Lisboa. Essa gente pode fazer a diferença.