Tom Barros: Demorada espera

Legenda: Recordando: Outubro de 2005. Há dez anos o Fortaleza estava na Série A nacional. Foto batida quando de um treino no Pici. Na foto, o técnico Valdir Espinosa (de costas) conversa com atletas. A partir da esquerda: Erandir, Amaral, Rabicó e Ronaldo Angelim. Bons tempos em que o Fortaleza fazia parte da elite nacional. Hoje, diante do Brasil/RS, o tricolor tenta iniciar uma nova subida. Primeiro para a Série B. Depois, outra vez para a Série A.

Começa hoje no longínquo Rio Grande do Sul a penúltima batalha que o Fortaleza terá para ascender à Série B nacional. Demorada também está sendo a espera. O Fortaleza caiu em 2009, quando ficou em 18º lugar na Série B. No mesmo dia com ele também despencaram Juventude, Campinense e ABC. Desde 2010 o tricolor luta para sair desta série humilhante. Em 2010, foi eliminado pelo Águia em Marabá; em 2011, quase caiu para a Série D, mas escapou na polêmica vitória sobre o CRB (4 x 0); em 2012, perdeu para o Oeste no mata-mata; em 2013 com empate no Castelão (2 x 2) foi eliminado pelo Sampaio na fase classificatória; em 2014, com empate (1 x 1) no Castelão, foi eliminado pelo Macaé no mata-mata. Agora tem nova chance de dar a volta por cima.

Cinco

O Fortaleza está na sexta participação na Série C. Nas cinco anteriores, três vezes caiu na fase classificatória e só duas vezes no mata-mata. Portanto, o Fortaleza caiu mais na fase classificatória do que na fase mata-mata. Então não sei a razão por que criaram tanta celeuma sobre o mata-mata, se foi na fase classificatória onde o Leão mais se complicou.

Para frente

Toda a concentração do Fortaleza deve estar no presente, na sua obrigação hoje, que é trazer de Pelotas bom resulta. Nada de buscar fantasmas no passado para apavorar o presente; nada de remoer as sombras do ontem para impedir o brilho do hoje. Os fracassos estão sepultados. Agora é enfrentar com coragem e altivez o novo desafio.

Preparação

Com o próximo jogo da Seleção Brasileira em Fortaleza e a entrada da Série C nacional na reta de definição, a atenção maior da mídia passou a ser esses dois eventos. Então o Ceará, que está de folga no calendário da Série B, ficou um pouco à margem. Isso de certo foi bom, pois gerou a serenidade interna de que o time precisa.

Recomposição

O técnico Lisca, de forma emergencial, cuida de, em tempo recorde, dar um padrão de jogo ao Ceará. Na partida passada, tive comiseração do time alvinegro, pois estava atônito como se os atletas estivessem sendo apresentados uns aos outros no próprio transcorrer da partida. Queira Deus Lisca alcance seu objetivo.

Goleador

Embora pensativo, mão à cabeça, imagem da permanente preocupação, o atacante Rafael Costa é um dos poucos de bem com a torcida do Ceará, já pelos gols que vem assinalando. Mas Rafael pode melhorar muito ainda o índice de acertos. Não raro, desperdiça também oportunidades incríveis. Mais do que nunca dele precisará o Vozão.

Nacional

Tenho sido muito contestado, quando defendo a criação de uma seleção brasileira composta apenas de jogadores de times do Brasil. Os cobras da chamada "legião estrangeira" não estão dando conta do recado. É negativa a trajetória de goleadas sofridas na Copa do Mundo 2014, eliminação na Copa América e bisonha estreia na atual fase eliminatória. Ora, será que os jogadores que só atuam no futebol brasileiro fariam pior? Tenho cá minhas dúvidas. Por enquanto mantenho meu ponto de vista.

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