Tom Barros: Deleite do torcedor

Várias competições estão acontecendo ao mesmo tempo. Já houve a Copa do Nordeste e estão em disputa os campeonatos estaduais e a Copa do Brasil. Mesmo com tantos jogos e com tantas equipes, há notória carência de craques. Há bons jogadores, mas nenhum, pelo menos até agora, com qualidades excepcionais. Certamente por isso inevitável o olhar para o passado como a buscar no tempo a volta de Gildo, Zé Eduardo, Amilton Melo, Lucinho, Pacoti... Essa carência de craques também afasta dos estádios cearenses os torcedores mais exigentes. E estes se plantam diante da telinha ou da telona a contemplar Messi, Cristiano Ronaldo e companhia, embora estes estejam a milhares de quilômetros de distância. Falta aqui o que sobra lá fora: o deleite.

Fascínio

Poderão dizer que padeço de saudosismo crônico. Sim, sou saudosista. Mas até as novas gerações, se despidas de preconceitos, acabarão abraçando também os argumentos aqui expostos. Ontem esteve no Castelão o Flamengo/RJ. Tem o mesmo fascínio da época de Zico, Adílio e Junior? Não. Tem a camisa gloriosa, não o futebol glorioso.

Multidões

Zico e Roberto Dinamite arrastavam multidões. Os torcedores iam aos estádios para vê-los. Hoje o Vasco/RJ, embora a um ponto do bicampeonato carioca, virou time de Série B nacional e foi incapaz de lotar o Maracanã no primeiro jogo decisivo diante do Botafogo. Está lá a mesma camisa cruzmaltina, bela, encantadora, mas não o encantador e belo futebol.

Recordando

Década de 1970. Solenidade de abertura da Copa Cariri no Estádio Romeirão. A partir da esquerda: Bosco Alves (narrador), Beato (ex-jogador), José Boaventura (comentarista), Edmilson (dirigente), Wilton Bezerra (comentarista) e o repórter Juciê Cunha, pai dos cronistas esportivos Antero Neto (narrador e apresentador do Sportv) e do repórter Juciê Cunha Filho. (Álbum de Wilton Bezerra).

NO PV

Domingo passado o Fortaleza deu um baile no Uniclinic no PV. Foi a primeira partida da decisão estadual. Cadê o público? Ouvi mil argumentos na tentativa de justificar a ausência do torcedor. Não se enganem: a ausência também tem tudo a ver com a carência de ídolos. Daí a anêmico primeiro jogo decisivo como nunca vi.

Presença

Domingo, dia 8, quando da final do certame cearense 2016, é obrigação da torcida do Leão marcar presença no Castelão. O tricolor está com 99,9 % do título na mão. Embora sem ídolos em campo, há um bi iminente. Não é possível que agora a torcida deixe de ornamentar o cenário com mais bandeiras, faixas e outras motivações. O time merece.

Calma, gente!

Os críticos do presidente do Ceará, Robinson de Castro, têm de dar um tempo. Ele está contratando. Não é neófito. Ei-lo com a medalha do tetra do Ceará em 2014. Foi partícipe da vitoriosa passagem de Evandro Leitão na presidência alvinegra. Como vice, Robinson ganhou experiência. No tempo de Evandro por crise também o Ceará passou. Calma, gente.

Espaços. Há algum tempo, a torcida coral reclamava porque escassas os comentários sobre o Ferroviário. Tinha lá suas razões. Costumo dizer: é o time quem ganha e ocupa os espaços na mídia, na medida em que edifica uma trajetória de fatos relevantes. O Ferroviário voltou a ser alvo de melhores coberturas porque criou condições de voltar à Série A cearense no próximo. Mesmo com ocasional tropeço aqui ou ali, estará na briga pela vaga até o fim. Está criando, pois, os seus próprios espaços.

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