Tom Barros: Contra clima de guerra

O Ceará está com a mão na vaga. Em tempo de decisão um dos fatores mais importantes é o equilíbrio emocional. No futebol a serenidade é componente imprescindível a quem pretende alcançar certos objetivos como títulos ou manutenção de vagas na rodada final. A vaga, no caso, tem a equivalência de um título pelo valor que representa. Prova disso está geralmente no recorde de público e renda em jogos assim, que ganham característica especial. A advertência que faço hoje diz respeito ao “clima de guerra” que deve ser evitado. Qualquer ação que saia das vias naturais só prejudicará o Ceará. Ao Macaé interessará, sim, gerar um ambiente de tensão. Quanto mais o visitante puder irritar o Ceará, melhor proveito poderá tirar disso. Todo cuidado, pois.

Descontrole

Há momentos excepcionais que podem gerar a necessidade de um descontrole. Momento excepcional assim aconteceu em 1996 quando o Vozão decidia a vaga com a Tuna/PA no PV. Ao sentir que tudo estava dando errado, o técnico do Ceará, Lira, armou o bote contra o árbitro que vinha prejudicando o Ceará.

Deu certo

O bote aplicado por Lira deu certo. Entrou em campo e se atracou aos tabefes com o árbitro Valdomiro Matias. Foi expulso. Mas, depois disso, a torcida enfurecida passou a fazer a maior pressão no PV. A Tuna sentiu. O árbitro passou a ter mais cuidado na marcação. O Ceará, empurrado pela torcida, cresceu e virou o jogo. Mas isso é exceção.

Sem apelação

Correto e melhor será conduzir o jogo pelos caminhos da normalidade, sem a necessidade de atos extremos e arriscados como o usado pelo técnico Lira no jogo contra a Tuna em 1996. Na minha avaliação, o time do Ceará tem condições de ganhar do Macaé sem que seja preciso apelar para atos arriscados. Basta pôr em prática seu melhor futebol.

Normal

Em 2005 o Ceará também viveu decisão de vaga na última rodada da Série B. Foi contra o Vila Nova/GO. Não podia sequer empatar. O técnico era Valdir Espinosa. Aí nem foi preciso medida de choque como a usada pelo técnico Lira em 1996. O Ceará ganhou (2 a 0) de forma normal, impondo seu melhor futebol. Tomara que seja assim sábado próximo.

Bobagem

A provocação é muito usada pelos adversários para eliminar jogadores que costumam ser irascíveis por qualquer ato mais ríspido. A expulsão de Siloé é um exemplo. Siloé fez bobagem ao tomar satisfação com Alison. Foi expulso. Prejudicou o Ceará no jogo (com ele, Siloé, buscava o gol da vitória) e prejudicou o Ceará na decisão, pois ficou sem sua melhor opção.

Felicidade!

Otécnico Flávio Araújo tem a missão de subir o Fortaleza para a Série B. Será a sua principal missão. Claro que lutará pelo bicampeonato estadual. Mas muito maior que isso será arrancar o Fortaleza dessa humilhação que já perdura seis anos. Entendo que Flávio chega na hora certa. Ganhou experiência e traz na bagagem incontáveis acessos. Que seja oferecida ao novo treinador a mesma condição de trabalho dada aos técnicos de fora. O Fortaleza começa muito bem a sua nova empreitada.

Acompanhe os comentários em http://svmar.es/tom-barros