Tom Barros: Contra a evaporação

As duas recentes apresentações do Ceará deixaram uma terrível preocupação: o time desaparece no segundo tempo. Desaparecimento coletivo, onde quase todos vão gradualmente sumindo, até que acontece a evaporação final. Para ser justo, apenas o goleiro Everson jogou muito na fase final, quando da vitória em Joinville. Foi ele quem garantiu a vitória lá, haja vista as três notáveis defesas que praticou. Isso posto, aumenta a pressão para que o alvinegro cuide de sustentar ritmo intenso nas duas etapas. Manter espírito de luta nas duas etapas. O time paga para que seu grupo faça força o tempo todo e todo o tempo. Não é aceitável o que aconteceu no jogo com o Paysandu onde tomou o empate e quase a virada. Hora de virar a página hoje diante do Joinville pela Copa do Brasil.

Sequência

O Joinville vem de uma sequência de insucessos. Foi rebaixado para a Série B. Perdeu o título catarinense 2016 para a Chapecoense e perdeu (0 x 1) em casa para o Ceará na Copa do Brasil. O técnico Hemerson Maria ainda tenta ajustar o time que ele herdou em crise, vindo de PC Gusmão, ex-treinador do Ceará. O Joinville tem limitações.

Observações

Thallyson, que fez um bom primeiro tempo contra o Paysandu, precisa manter o ritmo nos dois tempos. Felipe, jogador de belos lançamentos de longa distância, também tem de manter o ritmo nas duas fases. Assisinho, pelo futebol que tem, não pode ser mero coadjuvante de Rafael Costa. Assis pode e deve ter presença mais definidora.

Recordando

2005. Observem só a coincidência: juntos no Fluminense/RJ os goleiros (a partir da esquerda) Fernando Henrique e Ricardo Berna. Em 2011, Fernando veio para o Ceará, onde permaneceu até 2013. Hoje Fernando está no Remo/PA. Ricardo Berna atuou no Fluminense de 2005 a 2013. Veio para o Fortaleza em 2015 e aqui permanece. Antes de vir, atuou pelo Náutico/PE e Macaé. (Colaboração de Elcias Ferreira).

Jogo de volta

O modelo do Fortaleza para enfrentar o Flamengo amanhã terá de contemplar a busca de gols em Volta Redonda. A classificação do Flamengo por vitória simples de 1 a 0 deixa a vantagem tricolor reduzida. Aliás, vitória mínima o Mengo obteve diante do Sport na estreia na Série A. O técnico Muricy avisou que manterá modelo e formação.

Aceitação

Venho batendo na mesma tecla: o Fortaleza não pode aceitar demais o Flamengo na entrada da área tricolor, tal como aceitou no segundo tempo no jogo de ida aqui no Castelão. Se assim permitir, o Flamengo o engole. E observem que lá em Volta Redonda o rubro-negro terá a pressão da torcida em cima, tipo a que acontece no PV.

Mais

Após um início vacilante, o lateral-esquerdo do Fortaleza, William Simões, foi gradualmente se estabelecendo na posição. As críticas foram diminuindo de forma proporcional a cada jogo. Agora ele demonstra mais confiança na função. Creio que a orientação de Marquinhos Santos tem sido de grande valia. Simões ainda pode render muito mais.

Notas & notas. Que arrancada o time do Santa Cruz empreendeu. Ganhou a Copa do Nordeste e estreou na Série A, elite nacional, aplicando goleada de 4 a 1 no Vitória. Nem parece que sofreu anos e anos nas Séries D e C. Lição para o Fortaleza. /// A arrancada do Vasco na Série B, 0 x 4 no Sampaio Corrêa dentro de São Luís, foi um aviso: como de praxe, uma das vagas para subir deve ser mesmo do Vascão. Sobram três vagas. Mais dificuldades para o Ceará subir. Por isso a pressão para que o Ceará melhore mesmo.