Tom Barros: Confiança e esperança

Legenda: Recordando: 06 de setembro de 2005. Treino do Ceará em Porangabuçu. O atacante Camanducaia tenta driblar o goleiro Adilson Paredão. Era o treino preparativo para o último jogo da Série B de 2005, que seria no dia 10 de setembro contra o Vila Nova/GO. Ao Ceará só a vitória o salvaria do rebaixamento. Nem o empate livraria o Vozão. Resultado: o Ceará ganhou por 2 a 0 e permaneceu na Série B nacional. Situação parecida com a que o time vive no momento.

Tenho acompanhado a história do Fortaleza há mais de cinquenta anos. Convivi com os saudosos ídolos Moésio e Mozart Gomes, meus vizinhos na Gentilândia nos anos 50/60. Desde aquela época, aprendi a respeitar o tricolor por suas conquistas, muitas delas tidas como impossíveis. E foi assim que nasceu a mística "daquelas camisas", no dizer imortal do jornalista Blanchard Girão. Essas evocações são a confiança e a esperança agora depositadas nos jogadores que estarão em campo hoje, herdeiros de uma tradição quase secular. Tradição alicerçada na coragem, na bravura, na doação, no espírito guerreiro, na fé inquebrantável, no devotamento, no interior sentimento. O Brasil está aí. Deve ser olhado com respeito, não com temor. Confiança, Leão!

Saber se impor

Respeitar o adversário faz parte. É ético. Deve mesmo ser assim. Mas respeitar o adversário não significa aceitar suas propostas e iniciativas. É, pelo contrário, assumir a condução do jogo, ditar o ritmo e o modelo tático, assenhorear-se da partida pela maior capacidade de articulação e pelo aprimoramento nas conclusões.

Números

O único item que o Brasil tem melhor que o Fortaleza é o número de gols. Marcou 31; o Fortaleza marcou 30. Mas o saldo do Fortaleza é melhor. O Leão tem 15 gols de saldo; o Brasil só tem 10. Na avaliação da campanha, o Fortaleza é melhor em todos os outros itens. Daí a razão pela qual digo que o Fortaleza tem condições de se impor.

Delicada

Hoje, em Criciúma, mais um desafio para o Ceará. Não sei como virá o padrão alvinegro após este período de 17 dias de paralisação. Um recesso benfazejo que chegou em boa hora para o novo técnico Lisca colocar ordem na casa. O time vem de seguidas decepções. O moral do grupo em queda livre. Torço para que o Ceará retome o melhor futebol.

Estreia

O técnico Lisca estreia hoje. Nele a esperança de toda a nação alvinegra. Mesmo com embaraços e dificuldades decorrentes da contusão de importantes atletas, há corrente positiva, produto de uma equipe que, nos momentos em que esteve para cair para a "C", sempre saiu vitoriosa na última batalha. Queira Deus agora também assim seja.

Portões abertos

Amanhã, de 9h às 16h, visitação pública à Base Aérea de Fortaleza. Convite do Cmte, Cel Av Cláudio Sampaio. Aviões, helicópteros, aeromodelos, carros militares, motos estradeiras, Banda de Rock anos 80, salto de paraquedistas. Encerrando, show especial com o cantor e aviador Waldonys. Se puder, leve 1k de alimentos não perecíveis. Entrada grátis.

Correção de rumo

O novo presidente do Ceará, Robinson de Castro, assume o cargo na mais intensa turbulência do clube nos últimos anos. A vantagem dele é conhecer toda a engrenagem, posto já vir com Evandro Leitão há alguns anos. Viveu as glórias de conquistas memoráveis e vive agora o risco do rebaixamento. Fazer a correção de rumo é a sua responsabilidade. Correção urgente que será acompanhada de perto pela imensa e exigente torcida alvinegra. Duro desafio, pois. Boa sorte!

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