Os maiores rivais terão amanhã o primeiro confronto após as subidas de série no Campeonato Brasileiro. Subiram. Ganharam posições. Agora chegou o momento de medirem forças. O Ceará manteve Chamusca. Política que continuou. O Fortaleza trouxe Ceni. Política que mudou. No Vozão, seguiu Robinson de Castro presidente. No Leão presidente assumiu Marcelo Paz. O Ceará apostou na continuidade. O Fortaleza apostou na alteração de rumo. Chega o instante da avaliação mais forte. Análise comparativa de efeito inicial. Dependendo do resultado, a repercussão poderá trazer novas reflexões para ambos. É começo de caminho. Haverá tempo para medidas emergenciais. Se for o caso, claro.
Goleador
Do Fortaleza o nome que mais ganhou as graças e os espaços foi Gustavo Henrique. Fulminante. Será seu primeiro clássico diante do Ceará. Alcançará ele a fama de antigos artilheiros que marcaram a história do Pici como Croinha, grande ídolo tricolor na década de 1960? Gustavo tem todos os predicados para tal.
Qualidade
No Ceará, da turma nova que chegou, foi Andrigo o que mais chamou atenção pela qualidade refinada do seu futebol. Também terá a primeira oportunidade de vivenciar o clássico maior. É em jogos assim que o craque, dependendo de sua produção, consolida a imagem no natural processo de afirmação.
Força de um ideal
O saudoso Aldenor Nunes Freire foi baluarte na construção do Castelão. Em 1970, quando deputado estadual pelo MDB, iniciou a campanha "Vamos Construir o Castelão". Sonho realizado em 1973. Hoje, no centenário de seu nascimento, Aldenor contempla, do alto, o legado de seu trabalho, inteligência e dedicação.
Capotinho
Aldenor Nunes Freire morreu em 1995. Era carinhosamente chamado de Capotinho. Foi goleiro do Ferroviário e do Peñarol nas décadas 1930/1940. Jogou pelo Ceará, emprestado pelo time coral. Formou-se em direito pela UFC. Quando deputado, entendeu já ser a hora de a cidade ter um grande estádio. Foi à luta.
Campanha
Para conseguir dinheiro, visando a erguer o Castelão, Capotinho esteve à frente de variadas campanhas. Assim houve sorteio de 104 fuscas, 2.000 geladeiras, 2.000 bicicletas e outros milhares de prêmios, mediante engajamento dos desportistas. Promoção massificada pelos meios de comunicação. Um sucesso.
Apoiador
O nome Estádio Plácido Castelo é uma homenagem ao governador do Ceará (foto) que deu todo apoio à obra. Plácido delegou ao deputado Aldenor Nunes Freire ações importantes para viabilizar os trabalhos. Capotinho, de corpo e alma, abraçou a missão. Plácido escolhera a pessoa certa. Daí o êxito alcançado.
Homenagem. Quem hoje vai ao Castelão certamente não sabe o empenho e o capricho que Capotinho teve para superar os opositores da ideia. Ainda bem prevaleceram o vigor de sua palavra como deputado, o amor que tinha ao esporte (queria também ali ao lado uma Vila Olímpica) e a determinação de quem se entrega à causa. A ação dos governadores Plácido Castelo e César Cals foi essencial, mas a argamassa e o alicerce da obra foram a obstinação e o arrojo do querido e saudoso Aldenor Nunes Freire.