Tom Barros: Clássico das inquietações

Quem poderia imaginar o Ceará, Série A nacional, apenas na sexta colocação, quando do primeiro clássico? Teoricamente estaria líder, invicto. Mas o Vozão começou mal. Ganhou do Guarani/J (5 x 2), mas perdeu para o Iguatu (2 x 1) e Floresta (1 x 3), fato que gerou insatisfações internas e externas. O Ferrão vem também de insucesso. Tomou 4 x 1 do Uniclinic. Está oscilante. Dificulta qualquer projeção sobre o que poderá aprontar logo mais. Neste primeiro clássico, dois times ainda em busca de definição. Já sob as primeiras pressões da torcida, quero crer que despertarão para a necessidade de maior empenho e responsabilidade. A não ser que queiram fazer deste jogo um clássico de ilusões.

Ritmo

Os volantes do Ferroviário são jovens: Liniker (25 anos), Piauí (22) e Bizinga (23). Os Meias: Valdeci (23 anos), Fernandes (25), Janeudo (28), Jean (28), e Léo Paraíba (30). Boa mescla entre jovens e experientes. Dá para sustentar ritmo mais intenso, mas não é o que vem acontecendo.

Base

O Ceará repete a base que veio de 2017. A torcida sabe de cor. Mas ainda não recuperou o ritmo de outrora. Richardson, Pedro Ken e Ricardinho tendem a melhorar no correr da competição. Procede a alegação de que o tempo de preparação foi curto (15 dias apenas), mas há também limites para desculpas.

Pesquisa em festa

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Airton Fontenele, o maior pesquisador da Seleção Brasileira, completa hoje 91 anos. Uma vida dedicada ao futebol. Desde os anos 1940, engajou-se na imprensa esportiva. Foi um dos defensores da construção do PV. Certo o grade João Saldanha quando disse no Jornal do Brasil: "Com o Airton ninguém pode". Parabéns

Avaliação

Pode até ser muito cedo para determinadas conclusões com relação ao Fortaleza, mas o time dá nítidos sinais de significativo progresso. Na vitória sobre o Iguatu, Tinga e Bruno Melo mais uma vez provaram boa forma no apoio pelas pontas. Já Igor Henrique e João Henrique têm condições de produzir muito mais.

Mais atenção

A respeito da produção do Fortaleza, vale uma observação: quando toma contra-ataque em velocidade, passa sufoco. Nas duas vezes em que o atacante Otacílio Marcos, do Iguatu, trabalhou jogada aguda, deixou para trás Ligger, Jussani e companhia. Na primeira fez o gol. Na segunda, quase.

Iluminado

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Não lembro ter visto na história do futebol cearense, um início tão feliz quanto está tendo Gustavo Henrique, centroavante do Fortaleza. Seis gols em três jogos. E todos numa variação de repertório que revela vocação e talento. É mesmo para aproveitar esta fase em que tudo dá certo. O jogador está iluminado.

SuperPotência. O chute de longa distância mais temido do futebol cearense é o do volante/meia do Ceará, Pio. Um canhão que dispara bola teleguiada a fazer curvas até entrar no gol. Agora se apresenta um outro canhão poderoso, o do volante Dim, do Floresta. No gol que marcou no Ceará, Dim fulminou o goleiro Everson, que ainda hoje tenta saber por onde a bola passou. Jussani, do Fortaleza, disparou um canhão, mas de cabeça. Foi na vitória sobre o Iguatu. Cabeçada tão potente que pareceu um chute,