Tom Barros: Certame nos estertores

Legenda: Recordando: Janeiro de 2006. Assim se passaram dez anos. Encontrei no arquivo do Diário do Nordeste a foto de três belas torcedoras do Fortaleza que foram ao clássico maior no Castelão. A partir da esquerda: Carolina Araújo (secretária), Jaqueline Barreto (professora) e Ana Lívia (estudante). Hoje, dez anos depois, onde estarão essas fervorosas torcedoras do Leão? Ainda moram em Fortaleza? Em dez anos muita coisa muda na vida das pessoas

Por razões históricas e sentimentais, sou ardoroso defender dos campeonatos estaduais. Na minha infância o Campeonato Cearense foi para mim uma "Liga dos Campeões da Europa". Eu adolescente e depois já adulto, o "estadual" seguiu como competição maior. Com o tempo, a fragilização. Hoje, sobrevive. E sobrevive com extrema dificuldade. Os recentes imbróglios fazem ver o quanto há de improvisação. Estádios inadequados, documentação imprecisa de alguns clube, tudo incompatível com a exigência que se deve ter numa atividade profissional. Com público e renda minguados, desaba minha argumentação a favor dos "estaduais". Esse certame parece chegar aos estertores. Fortalecidos estão os que pregam a sua extinção.

Sustentação

O cenário do futebol cearense não se organiza como deveria, exceto poucos clubes. No momento somente sobrevive pela parceria com o Sistema Verdes Mares, que dá visibilidade aberta e ampla à competição. Se assim não fosse, certamente já teria sucumbido, restrito à meia dúzia de torcedores nos estádios.

Engano

Quando em 1967 começou a interiorização do futebol cearense com o ingresso do Guarany de Sobral, imaginei que o campeonato estadual seria ampliado como realmente foi. Mas até hoje a expansão não significou retorno financeiro. Se desse lucro, seria fácil refutar a ideia da extinção. Está dando exatamente o contrário.

Ficaram para trás

A transitoriedade de cidades do interior é visível. Exceto Juazeiro do Norte e Sobral, as demais oscilam, ora pela falta de estádio, ora pela falta de estrutura, ora pela desorganização, ora por todas essas coisas juntas. Sei que é complicado manter times no interior, mas com um pouco de organização seria mais fácil alcançar melhores parcerias.

Passaram

Que eu lembre, eis as cidades que já foram Série A cearense: Crato, Iguatu, Russas, Limoeiro do Norte, Uruburetama, Boa Viagem, Crateús, São Benedito e Trairi. Cito também Times da região metropolitana que já participaram, mas não se sustentaram na Série A: Maracanã, de Maracanaú, e Horizonte. Poderíamos ter uma situação bem melhor.

Data marcante

Hoje o apresentador Sebastião Belmino completa 51 anos de profissão. Sua carteira do Ministério do Trabalho foi assinada pelo superintendente dos Diários Associados no Ceará, saudoso Manuel Eduardo Pinheiro Campos. O Bel iniciou sua carreira na TV Ceará - Canal 2 (Rede Tupi). E segue brilhando hoje na TV Diário - Canal 22. Parabéns, caro amigo.

Os10 maiores

O ex-árbitro José Maria Silva mandou-me a lista dos jogadores que mais atuaram pelo Ferroviário na história do clube. Encabeça o zagueiro Manuelzinho, 403 jogos; zagueiro Nozinho, 388; atacante Doca, 338; Fernando, 328; meio-campista Coca-Cola, 324; zagueiro Lúcio Sabiá, 302; volante Paulo Adriano, 293; zagueiro Gomes, 284; atacante Jacinto, 283; meio-campista Cantarele, 282. Surpresa: Pacoti, o maior ídolo coral, não está no rol dos 10 que mais atuaram pelo Ferrão.

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