Li muito Armando Nogueira nos seus artigos sobre futebol. Belos textos. Li muito Nelson Rodrigues nos "Meu Personagem da Semana". Quando o Brasil ganhou a Copa de 1958, Nelson multiplicou por onze esse seu personagem. Fantástico. Coisa recente, num presente do advogado Marcos Monte, descobri a pena do uruguaio Eduardo Galeano. Um primor. Mas, vejam bem, todos eles escreveram sobre superiores seres da bola. Alguns, gênios; outros, quase gênios. Gente muito além da mediana linha dos atletas pobres mortais.. Escritores e ídolos, numa convivência próxima, a trocarem experiências e opiniões. Privilégio deles. Privilégio de poucos. Como seriam os textos de Armando, Nelson e Galeano se escrevessem sobre o futebol cearense de hoje? Teriam inspiração nesses campos áridos?
1972. Associação Esportiva Tiradentes, time ligado à Polícia Militar do Estado do Ceará. Faz 44 anos que essa foto foi batida. A partir da esquerda: Marcelo Rocha, Gilson, Expedito, Sérgio e Bado. Após encerrar a carreira, Marcelo Rocha exerceu as funções de treinador e supervisor. O goleiro Gilson também jogou no Ceará Sporting Club. Não mais tive informações de Expedito, Sérgio e Bado. (Coleção de Elcias Ferreira).
Milagre
Sei que os gênios das letras não dependem dos craques para produzir peças de elevado valor literário sobre futebol. A criatividade do escritor não raro supera a aridez dos gramados. E ele busca na ficção a inspiração que a realidade não oferece. Aí, num toque de mágica, ainda que entre pernas de pau, faz belo o futebol. Produz o texto. É o milagre.
Incerteza
Quisera eu ter o talento dos mestres das letras. Ainda assim não sei se operaria milagres, escrevendo sobre o futebol cearense. Não seria fácil gerar artigo sobre quem contempla mais o "wo" que as vitórias em campo e sobre quem prefere mais a nebulosidade que a transparência. Até Armando, Nelson e Galeano, creio, passariam em branco...
Série C
Agora o Fortaleza concentra atenções na Série C. O Leão (2º) enfrenta o Asa (5º). Quem está numa boa é o ABC (1º) que enfrenta o River (lanterna). O Botafogo (2º) vai no mesmo rumo, pois enfrentará o Confiança (vice-lanterna). O Remo (4º) pega o Salgueiro (8º). Pelo menos teoricamente, o desafio mais difícil é mesmo o do Fortaleza.
Embolou
O G-4 da Série B apertou. O Ceará tem de ganhar do Avaí (11º) para neutralizar a perigosa aproximação de Brasil (5º, 36 pontos) e Londrina (6º, 34). Além disso o jejum de vitórias já tem trazido incômodos, não obstante o time ter jogado bem no recente empate com o Atlético/GO no Serra Dourada. Mas, sem vitória, não dá.
Tempo ao tempo
Brasil de Tite, que substituiu Dunga. Saiu o turrão. Assume o sacerdote. Trouxe atletas do ouro olímpico. Pega o astral positivo da conquista inédita para recompor a abalada respeitabilidade do time principal. É o desafio. Tite, a esperança. A unanimidade sem ser burra. O Guardiola nacional. Se devolverá a magia à Amarelinha, não sei. Tempo ao tempo. Boa sorte.
Histórico. Hoje, em Quito, Equador x Brasil, sétima rodada das Eliminatórias para a Copa 2018 na Rússia. De 1942 a 2016, entre seleções principais, 30 jogos (24 vitórias do Brasil, duas do Equador, quatro empates). Entretanto, nos três últimos jogos em Quito, nas anteriores eliminatórias, os brasileiros não levam vantagem: em 2001, Equador 1 x 0; em 2004, Equador 1 a 0; em 2009, empate,1 x 1. Nas atuais eliminatórias, Equador 2º lugar (13 pontos); Brasil 6º (9 pontos). (Dados: Airton Fontenele).