Tom Barros: Brava resistência

Mesmo com todos os defeitos e carências, os campeonatos estaduais têm seu charme. Mesmo com todas as deficiências, os "estaduais" têm história. Mesmo com todas as críticas, má vontade de alguns e ódio de outros, os "estaduais vão sobrevivendo. Mesmo com a CBF reduzindo-lhes os espaços, os "estaduais" resistem, desafiam o tempo. Ainda que um dia percam o jogo e venham a ser extintos, deixarão na memória fatos e fotos inesquecíveis de uma época em que o amor à camisa valia muito mais que o amor ao dinheiro. Uma época em que o ídolo fundia a sua imagem com a imagem do clube, tal a eternidade de sua permanência na mesma equipe. Época em que condenável seria a rotatividade de hoje. Em meio a percalços, brava resistência.

Tramoia

O que aconteceria se os campeonatos estaduais fossem extintos? Certamente seus espaços seriam ocupados pela Copa do Nordeste ou competições das Ligas que estão ganhando força com as novas adesões. Não duvidem das articulações que visam a colocar um fim na existência dos "estaduais".

Centenária

Os mais jovens não se ligam muito na defesa das tradições. Só mesmo com o correr dos anos, as pessoas passam a dar valor à história e à memória. Os campeonatos estaduais são competições centenárias. O Campeonato Cearense chega agora em 2017 à 103ª edição. Aí, alguns bobinhos pregam o fim desse tipo de disputa...

Recordando

1956. Ataque da Seleção Cearense. A partir da esquerda: Aldo, Pacoti, Moésio Gomes, Guilherme e Ananias. Detalhes: após pendurar as chuteiras, Moésio abraçou a carreira de treinador. Apesar de ídolo do Fortaleza, o técnico Moésio deu ao Ceará o título de tetracampeão cearense em 1978. Desse ataque morreram Aldo, Moésio e Guilherme. Pacoti está bem. Não sei o destino de Ananias. (Álbum de Elcias Ferreira).

Responsabilidade

Em razão de tudo aquilo que expus sobre as dificuldades enfrentadas´ para operar os campeonatos estaduais, os dirigentes deveriam ser mais zelosos no gerenciamento dessas competições. Um pouco mais de capricho no trato das questões resultaria numa competição sem atropelos e tapetões. Retomaria a graça e a força de antigamente.

Fatores

A FCF e os clubes participantes poderiam compreender melhor a necessidade de organização sem falhas. Isso é possível mediante planejamento que permite antever os obstáculos e removê-los sem dificuldade. Os clubes também poderiam evitar problemas de documentação que geram entraves às vezes incontornáveis.

Trabalho

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Jorge Veras fez excelente trabalho nas bases do Fortaleza. Aliás, até hoje não entendi sua saída do Pici. Agora no Ferroviário, certamente dará proveitosa contribuição na descoberta de valores. Além disso, a história de Jorge Veras como jogador tem tudo a ver com a história coral, onde Jorge foi ídolo. Oportuno o seu retorno ao Ferroviário. Sopa no mel.

Observações. A sensatez, que dá consistência e credibilidade, tem de fazer presença nas salas de decisões do futebol cearense. Nas salas da mentora, dos clubes e dos tribunais. Jamais se poderia, por exemplo, marcar um jogo, sabendo-se que um dos times não mais tinha jogadores para colocar em campo, pois o certame havia terminado, tendo o clube dispensado todos os atletas. Esse foi apenas um dentre tantos episódios hilários que enodoaram a imagem do futebol cearense em 2016.

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