Tom Barros: Barbas de molho

Recordando

Opinião unânime ou quase: favorito é o Ceará. Talvez alguns, nos recônditos do coração, pensem diferente. Até o técnico do Guarani, Washington Luiz, reconhece que favorito é o Ceará. Assim sendo, toda a responsabilidade foi transferida para o time de Porangabuçu. É o grande. Todos esses aspectos deixam o Ceará na obrigação de ganhar. É pressão. É cobrança que pode prejudicar o próprio alvinegro. O Guarani, mais à vontade, a tirar disso o melhor proveito. Se no correr da bola o Leão do Mercado impuser resistência, levantará entre os alvinegros a ideia de erro na avaliação. Aí ao Vozão será mais difícil contornar as dificuldades quando da adaptação às circunstâncias. Foi exatamente assim que o Fortaleza se viu surpreendido pelo Ferrão.

Jogo anterior

Na fase classificatória o Ceará ganhou por 1 a 0 em Juazeiro, mas passou sufoco. Tomou bola na trave e Everson teve de praticar três defesas providenciais. Foi difícil. Diria até que o placar mais justo teria sido empate. Hoje, já na fase de eliminação, creio que haverá maior prudência de parte a parte. Não será jogo aberto como o anterior.

Rapidez

No jogo passado diante do Ceará, o Guarani adotou um modelo precavido, armando saídas em velocidade. Apostou nos lançamentos longos de Adenilson, para Ronda, Leilson e Jacaré. E, em diversas ocasiões, chegou com perigo. O rubro-negro tem ataque muito rápido, fato que exige redobrada atenção das defesas adversárias.

Recordando

1969. Ceará campeão do Nordestão. Atacante Zezinho Fumaça que formou no ataque com o lendário Gildo. Quem é o garoto? Faz 48 anos que a foto foi batida no PV. O garoto deveria ter seis ou sete anos. Hoje deve estar com 54 ou 55 anos. Zezinho morava no Rio de Janeiro. Nas viagens aéreas, Zezinho gostava de fazer as vezes de comissário de bordo, oferecendo balinhas aos passageiros. (Álbum de Elcias Ferreira).

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Reflexão

Quem se surpreendeu com a derrota do Fortaleza para o Ferroviário, certamente havia esquecido as dificuldades que o Leão passara diante do Tiradentes. Sofrera derrotado (2 x 0) na fase classificatória, quando o atacante Itaitinga fez a festa com dois gols. Já ali o recado de que o Fortaleza precisava melhorar.

Quartas

Diante do mesmo Tiradentes, já nas quartas de final, novo sufoco. No primeiro jogo, saiu atrás no placar. Conseguiu vitória apertado por 3 a 2. Só deslanchou na segunda partida, quando goleou (3 a 0). Ainda assim, nesse segundo jogo, só conseguiu a vitória na fase final. No primeiro tempo, houve equilíbrio e o Tigre ameaçou.

Segurança

O volante Raul Lô Gonçalves está muito bem no Ceará. Há demonstrado segurança e regularidade. É jovem (tem 20 anos), mas demonstra muita maturidade no seu desempenho profissional. Raul tem sido, ao lado de Richardson, fator importante de equilíbrio na meia-cancha alvinegra. Ele fica mais, combate mais, faz bem a sua função.

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Previsível. Embora o Fortaleza tenha sido apontado favorito diante do Ferroviário, as dificuldades enfrentadas pelo tricolor de aço na disputa com o Tiradentes poderiam ter servido como sinal de alerta. O Leão experimentara apertos. Avaliou por baixo, creio, os problemas que teria diante do Ferrão. Mas isso só ficou patente quando a bola rolou no clássico tricolor. Agora, dentro da nova realidade, pode ser que o Fortaleza faça as correções necessárias, máxime na meia-cancha, onde o rendimento não agradou.